Ponto de situação
Hoje olho para a minha “coisa” e vejo-me
mais perto de uma possível performance.
(eu sem mim)
É provável que não mostre
a solução final... mas sim um caminho.
Há duas questões importantes para
pensar e resolver.
- O tempo da performance
- Qual o ponto A e B
O tempo da apresentação performativa ainda
não está definido... terá de ser limitado?
Por outro lado, já tenho um possível ponto de partida...
sentada na mesa ou deitada no chão?
O corpo é o espaço a ser explorado
Quero explorar a questão do corpo vivo e morto,
enquanto extremos de percepção.
Revejo-me numa solução de movimentos diários...
calmos e tropeços, para conseguir tocar na
desmaterialização do ser.
Pretendo explorar o impulso que
me movimenta e me faz morrer.
A meu ver, o ser humano não está sempre em Grito,
por outro lado, há pessoas que se vêm sempre assim.
E a representação da morte, é um grito calado?
A morte ou a passividade é algo que quero representar.
Imagino a representação da passividade através
de um corpo neutro manipulado,
como se fosse uma marioneta.
Por outro lado, gritar em movimento,
mesmo que parada é uma das essências do Fuga.
"De olhos fechados quero ser o corpo sem mente"
Quero sentir o corpo tal como ele é.
É óbvio que é difícil de sair da mente,
mas quero substitui-la pelo grito.
Gritar em mim é o processo prático criativo e talvez o nome ideal para
“a minha coisa”, embora a “minha coisa” não seja só Grito em MIM,
pois tem mente e intimidade, ou seja, tem Fuga em’Mim.
Fuga de um grito divide-se em dois
A FUGA e o GRITO
A FUGA é a fuga de uma essência que
desejo que o público toque...
Isto é,
quando sinto que uma peça cabe em mim...
é porque consegui tocar nela, e encaixou em mim.
Sentindo-me completa!
É isso que eu quero que as pessoas sintam...
A Fuga é a essência artística, passada em Grito.
O GRITO, por sua vez, é o acto criativo.
Acredito que só GRITAREI em mim,
quando me sentir exausta.
De modo a sentir o corpo e o grito num só.
???
Será que algum dia chegarei ao grito? E à fuga?
A fuga poderá ser ou não atingida pelo público...
e o grito, poderá ou não ser atingido por mim?
Será que estes dois “conceitos” poderão
ser sentidos individualmente ou um condiciona o outro?
Será que conseguirei atingir o público,
sem ter chegado ao Grito?
Ou
O público consegue tocar na fuga
sem eu saber que estou em Grito?
Ou
O público só sentirá a fuga se eu estiver em Grito?
O público, poderá dizer que sentiu algo...
e esse algo pode ser falso.
Falso para mim?
Ou para eles?...
Fico por aqui... Preciso de "per formar" para descobrir...