quarta-feira, abril 18, 2007

Quero ser corpo sem mente

Ponto de situação

Hoje olho para a minha “coisa” e vejo-me
mais perto de uma possível performance.


(eu sem mim)

É provável que não mostre
a solução final... mas sim um caminho.

Há duas questões importantes para
pensar e resolver.

  • O tempo da performance
  • Qual o ponto A e B


O tempo da apresentação performativa ainda
não está definido... terá de ser limitado?
Por outro lado, já tenho um possível ponto de partida...
sentada na mesa ou deitada no chão?


O corpo é o espaço a ser explorado


Quero explorar a questão do corpo vivo e morto,
enquanto extremos de percepção.

Revejo-me numa solução de movimentos diários...
calmos e tropeços, para conseguir tocar na
desmaterialização do ser.

Pretendo explorar o impulso que
me movimenta e me faz morrer.


A meu ver, o ser humano não está sempre em Grito,
por outro lado, há pessoas que se vêm sempre assim.
E a representação da morte, é um grito calado?

A morte ou a passividade é algo que quero representar.
Imagino a representação da passividade através
de um corpo neutro manipulado,
como se fosse uma marioneta.

Por outro lado, gritar em movimento,
mesmo que parada é uma das essências do Fuga.


"De olhos fechados quero ser o corpo sem mente"

Quero sentir o corpo tal como ele é.
É óbvio que é difícil de sair da mente,
mas quero substitui-la pelo grito.

Gritar em mim é o processo prático criativo e talvez o nome ideal para
“a minha coisa”, embora a “minha coisa” não seja só Grito em MIM,
pois tem mente e intimidade, ou seja, tem Fuga em’Mim.

Fuga de um grito divide-se em dois

A FUGA e o GRITO

A FUGA é a fuga de uma essência que
desejo que o público toque...

Isto é,

quando sinto que uma peça cabe em mim...
é porque consegui tocar nela, e encaixou em mim.
Sentindo-me completa!
É isso que eu quero que as pessoas sintam...
A Fuga é a essência artística,
passada em Grito.

O GRITO, por sua vez, é o acto criativo.

Acredito que só GRITAREI em mim,
quando me sentir exausta.
De modo a sentir o corpo e o grito num só
.

???

Será que algum dia chegarei ao grito? E à fuga?

A fuga poderá ser ou não atingida pelo público...
e o grito, poderá ou não ser atingido por mim?


Será que estes dois “conceitos” poderão
ser sentidos individualmente ou um condiciona o outro?

Será que conseguirei atingir o público,
sem ter chegado ao Grito?


Ou

O público consegue tocar na fuga
sem eu saber que estou em Grito?

Ou

O público só sentirá a fuga se eu estiver em Grito?

O público, poderá dizer que sentiu algo...
e esse algo pode ser falso.
Falso para mim?
Ou para eles?...

Fico por aqui... Preciso de "per formar" para descobrir...


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