domingo, dezembro 09, 2007
terça-feira, novembro 06, 2007
domingo, novembro 04, 2007
justiça performativa
que não foi propriamente "espectacular"
veio a sentença:
"A tua desgraça foi a tua sorte"
by André Teodosio
:)
Dogma no seu melhor
Postado por Joana Campos Silva às 7:10 da tarde 3 Fugas Escritas
sábado, novembro 03, 2007
ausência
com sub-título
Ausência
Direitos de autor:
Após informação de um especialista na área,
toda e qualquer pessoa que cria um objecto artístico no ambito de um outro projecto, tem direitos de autor.
Independentemente de estar registado ou não na
sociedade portuguesa de autores.
O material produzido pretence sempre a essa pessoa, com comprovativo referente a todo tipo de criação, bem como a não existência de plágio.
para mais esclarecimentos
AQUI
Performar-me a Ti, será apresentada por volta das 19h40 e terá como elemento essencial a Ausência
Por esse motivo não será apresentado qualquer
tipo de imagens, sons e vídeo relativos ao trabalho desenvolvido pelas
pessoas referidas nos posts anteriores.
De modo a proteger não só o meu projecto,
como o das outras pessoas em causa.
Postado por Joana Campos Silva às 3:11 da tarde 0 Fugas Escritas
sexta-feira, novembro 02, 2007
Neste blog, foram retiradas todo tipo de imagens referentes
às pessoas que contrubuiram para o Performar-me a Ti,
ausentes actualmente neste projecto.
Postado por Joana Campos Silva às 6:18 da tarde 0 Fugas Escritas
o que o DOGMA´05 diz:
3. O grande objectivo do ´Dogma´ é a construcao de objectos que antes de se poderem denominar de "artísticos", devem ser chamados de "problemáticos". Daí a inevitabilidade do abandono de todo e qualquer carácter lúdico, mais ou menos ´espectacular´, do objecto produzido.
A solucao reside aqui:
Dogma´05 página 11:
espectador/espectador-criador
"É o mais imediato binómio a ter em conta quando o projecto (dogmático)
que temos em maos visa especificamente o compromisso do espectador perante a obra criada, nomeadamente no que respeita à sua maior ou menor participacao e responsabilizacao!"
desculpem esta escrita sem acentos, mas estou num teclado alemao
Postado por Joana Campos Silva às 11:58 da manhã 0 Fugas Escritas
em residencia
"a palavra final caberá sempre ao
espectador RESPONSáVEL máximo
pela validacao e legitimacao do objecto artistico."
"a responsabilidade máxima é do espectador (usufrutuário); a responsabilidade média é a do projecto e a do contexto (influenciadores/inspiradores de primeira ordem);
o criador é , apenas e só, um ´mediador´."
by dogma´05
Postado por Joana Campos Silva às 11:29 da manhã 0 Fugas Escritas
quarta-feira, outubro 31, 2007
ultima conversa
já estou em casa
Roger diz:
eu n pude fazer mais nada, joanita...
Roger diz:
eu só estive na transforma até às 17 h
Roger diz:
workshop em almada até agora
Roger diz:
reenviei os contactos para o henrique, mas já n estava ninguém na transforma
Joana diz:
ok
Joana diz:
e se não houver piano
Joana diz:
posso ir ai sem apresentação?
Roger diz:
porque é que não hás-de apresentar nada?
Roger diz:
claro que podes vir
Roger diz:
eu quero muito que venhas
Joana diz:
porque não há condições para apresentar o que quero.
Joana diz:
a ideia é ir.. ficar em residência e fazer alguma coisa..
Roger diz:
ó joana, eu vou ter que me repetir novamente:
o trabalho com o dogma implica isso mesmo
Roger diz:
que nenhuma catástrofe, por mais estúpida que seja, invalide que "te apresentes"
Roger diz:
eu percebo perfeitamente a postura dos teus amigos
Roger diz:
mas eles recusarem-se a vir (que eu aceito,
a culpa n é necessariamente deles) é completamente anti-dogma
Joana diz:
pensei em fazer uma apresentação do meu projecto.
Joana diz:
uma cena que ja andava a fazer algum tempo.. mas ainda não esta pronta.
Roger diz:
mas eu não "comprei" o teu projecto, joana,
eu convidei-te a apresentares o teu projecto de acordo com as regras do dogma
Joana diz:
é uma cena em vídeo
Roger diz:
eu já te disse isto muitas vezes
Roger diz:
Aos teus amigos n têm culpa, mas isto que está a acontecer
é sintomático de uma coisa: eles n estavam preparados para trabalhar com o dogma
Roger diz:
dependendo da natureza dos projectos,
pode acontecer que alguém do publico se lembre de desligar a corrente eléctrica
Roger diz:
e eles teriam que se haver com isso também!
Roger diz:
porque isso é dogma
Joana diz:
não é o dogma. temos de ser realistas.
ontem tinhamos tudo.. esta semana não temos nada.
há um compromisso!
Roger diz:
isso não é verdade
Roger diz:
só não tens o piano
Roger diz:
tudo o resto tens
Joana diz:
sim, mas sem piano. não faz sentido tar lá o
Roger diz:
é o que te estou a dizer, trabalhar nesse sentido,
em que o projecto depende de coisas como um piano e n de uma ideia, n é dogma
Roger diz:
desculpa eu estar a reforçar este aspecto,
mas é a única coisa que posso fazer neste momento em relação ao projecto
Roger diz:
para proteger o meu projecto e para te proteger a ti também
Joana diz:
o meu projecto não depende de um piano..
depende do meu espectador que por sua vez..
depende de um piano.
Joana diz:
é diferente.
Roger diz:
continuo a dizer-te, joana, que não há nada que, no contexto do dogma,
justifique uma desistência
Roger diz:
a menos que seja falta de compreensão do próprio dogma
Roger diz:
mas isso é outra conversa
Roger diz:
porque nesse aspecto tivemos imensas conversas,
tu fizeste o workshop, eu ajudei-te na tua cena
Roger diz:
a tua folha de sala é isso
Roger diz:
não é mais do que isso
Joana diz:
eu vou. eles não vão.
Roger diz:
tudo bem
Joana diz:
tenho um compromisso com eles que foi quebrado.isso preocupa-me.
Roger diz:
aliás, tudo óptimo
Roger diz:
sendo frio mais uma vez,
estabeleceste com eles um mau compromisso,
em termos meramente dogmáticos
Roger diz:
eu alertei-te para esse facto
Roger diz:
há muito tempo
Roger diz:
tal como alertei a Cristiana quando ela me disse que
queria ter mais 3 pessoas com ela
Roger diz:
tu nunca poderias ter trabalhado com eles nessa perspectiva
Roger diz:
lamento dizer-te isto assim
Roger diz:
não estou a pôr em causa as tuas ideias
Roger diz:
não te convidei para este projecto por acaso
Joana diz:
até posso ter alguma culpa...
mas a maior culpa está na organização..
Joana diz:
nunca se avisa na véspera que não há material.
não se anda aqui a brincar.
Joana diz:
estão pessoas e palavras em jogo
Roger diz:
não está a ser justa, lamento
Roger diz:
estás
Roger diz:
se eu te tivesse dito há duas semanas atrás,
teria acontecido a mesma coisa
Joana diz:
já te enviei o plano a um mês.
era tempo suficiente para saberem se arranjavam as coisas ou não!
Roger diz:
os teus amigos teriam dito que não queriam sem piano
Roger diz:
e mais duas semanas a procurar pianos não garantiriam que ele aparecesse
Roger diz:
desculpa, não posso concordar contigo
Joana diz:
se tivesse sido avisada à duas semanas atrás nem teria tido ensaios.
nada disto deria começado
Roger diz:
mas eles tentaram
Roger diz:
como é normal acontecer
Roger diz:
joana, tu não tens muita experiência nestas coisas,
mas digo-te já que é muito habitual as coisas acontecerem assim
Joana diz:
agora em cima da hora.
não dá para perdoar. porque quem fica mal sou eu
Roger diz:
tens que estar preparada para ultrapassar estas situações
Joana diz:
eu consigo moldar-me.. agora moldar-me e pedir a mais duas pessoas que se moldam..
é muito difícil .
Roger diz:
mas aí é que está joana
Roger diz:
as duas pessoas deviam estar preparadas para se moldarem desde o início!
Roger diz:
e não estavam
Roger diz:
por isso não podes culpar a organização
Joana diz:
:S
Roger diz:
as pessoas deviam estar preparadas para até acharem piada a este sucedido!
Roger diz:
e n o olharem como um entrave
Roger diz:
todo o dogma reforça esta coisa do contexto
Roger diz:
é o contexto que dá forma aos projectos
Roger diz:
e não o contrário
Roger diz:
trabalhámos tanto isto joana...
Joana diz:
fui eu que falhei
Roger diz:
mas n tens que te sentir mal com isso
Roger diz:
vens e trabalhas com isso
Joana diz:
sou sempre eu que falho. nem sei o que ando aqui a fazer.
Roger diz:
e garanto-te que fazes uma apresentação tão solida ou mais que as restantes
Roger diz:
porque eu não assumo isto com falhanços
Roger diz:
não há falhanços nem sucessos no dogma
Roger diz:
tu tens uma coisa fantástica contigo, que eu admiro bastante,
que é a tua capacidade de te moveres e de te empenhares muito nas coisas
Roger diz:
isso é realmente louvável
Roger diz:
mas o dogma pede-te justamente para não tentares ser "melhor"
Roger diz:
lembras-te do "melhor não é necessariamente bom"?
Roger diz:
é isso.
Joana diz:
vou fazer uma performance que nada tem haver com aquilo que ando à procura?
Joana diz:
eu ando a trabalhar com duas pessoas que fazem a minha cena funcionar.
Roger diz:
o que andas à procura precisa de um piano?
Roger diz:
ou o que andas à procura precisa de ti e das tuas ideias?
Roger diz:
não posso admitir que dependas de outras pessoas
e de coisas tecnológicas para fazer valer o teu trabalho
Roger diz:
é que não posso admitir mesmo
Roger diz:
por muito que as pessoas sejam maravilhosas
Roger diz:
e por muito que a tecnologia seja fantástica
Joana diz:
vou falar com eles e digo: foi muito bom enquanto durou..
mas dia 3 vou apresentar outra coisa. não é justo!
Roger diz:
mas tu não vais apresentar "outra coisa"
Roger diz:
não percebo essa separação
Joana diz:
pra mim não.. mas pra eles é.
Roger diz:
tu no dia 3 vais contar a historia do processo, que é o que é justo
Roger diz:
"justiça performativa"
Roger diz:
e o projecto segue
Roger diz:
nomeadamente com eles
Joana diz:
ainda por cima está escrito.. piano | , electrónica |
Joana diz:
qd as pessoas forem lá.. so vão ver corpo
Roger diz:
isso n me preocupa nem um bocadinho
Roger diz:
tu chegas e dizes porque é que aquelas pessoas não estão ali
Joana diz:
isso é a ti. porque tens estofo.. eu não tenho estofo.. nem sou artista.
Joana diz:
sou uma pessoa que tenta vencer na vida..
Roger diz:
por isso é que existe a residência
Roger diz:
e estou lá eu
Roger diz:
a ajudar-vos
Roger diz:
entendes?
Roger diz:
nada é por acaso
Roger diz:
tu não estarás ali sozinha
Roger diz:
mais 5 pessoas a trabalhar o mesmo dogma
Roger diz:
mais eu e um consultor
Joana diz:
Roger diz:
e um documentarista
Roger diz:
claro que vais
Roger diz:
estás a voltar ao dogma, vês
Joana diz:
ok
Joana diz:
vou falar com eles
Roger diz:
e há o meu escritório, aberto ao publico, com montes de informação
Roger diz:
e eu vou introduzir os projectos todos
Roger diz:
lendo partes do dogma
Roger diz:
ou seja, está tudo trabalhado para ser justificado desde o inicio
Roger diz:
mas agora uma coisa à parte
Roger diz:
esta é apenas a primeira fase do projecto
Roger diz:
haverá mais duas, uma em lisboa, outra no porto
Roger diz:
fala com os teus amigos e diz-lhes que tens interesse em continuar o projecto
Roger diz:
e se calhar conbinávamos um encontro colectivo no porto
Roger diz:
(eu vou estar em braga a partir do dia 5)
Roger diz:
e falávamos com calma disto tudo
Roger diz:
porque tenho a sensação muito nitida que eles n têm
noção do que sigfnifica trabalhar com o dogma;
nem têm que ter; eles podem nem estar interessados, o que me parece legitimo
Roger diz:
mas se calhar era bom falar-se de tudo direitinho
Joana diz:
é óbvio que quero continuar com este projecto
Roger diz:
Não esperava outra coisa de ti
Postado por Joana Campos Silva às 12:44 da manhã 1 Fugas Escritas
terça-feira, outubro 30, 2007
segunda-feira, outubro 29, 2007
Postado por Joana Campos Silva às 11:21 da tarde 0 Fugas Escritas
«O gesto interessa-me mais que uma palavra.
Não é verdade que o homem se mexeu ainda antes de falar?»
by Bob Wilson
Postado por Joana Campos Silva às 11:18 da tarde 0 Fugas Escritas
domingo, outubro 28, 2007
chão, acolhimento, residência
CHÃO um espaço infinito
Postado por Joana Campos Silva às 6:06 da tarde 0 Fugas Escritas
destaque
Postado por Joana Campos Silva às 5:57 da tarde 1 Fugas Escritas
último ensaio
uma relação íntima
eu | procura do não sei
eu | procura de mim
eu procuro por mim...
o R anda à minha procura também...
o Z procura o R
eu volto a procurar-me com base no R...
o R procura por mim...
o Z procura o R..
eu tento encontrar-me com o R e com o Z...
o R procura por mim...
o Z procura o R...
Postado por Joana Campos Silva às 5:55 da tarde 1 Fugas Escritas
sexta-feira, outubro 26, 2007
segunda-feira, outubro 22, 2007
Porquê procurar?
tudo vem ter comigo...
ao passear os olhos por um livro leio em letras gordas
"Que quer dizer «experimental»? "
já nem me esforço para encontrar... as ideias, as palavras,
os assuntos, até o que não quero vêm ter comigo.
Postado por Joana Campos Silva às 10:45 da tarde 2 Fugas Escritas
domingo, outubro 21, 2007
1º acto
- 1 acto puro
- 1 acto forçado
- 1 acto sentimental
o que resultou melhor foi o 1º
(foi livre, experimental (no seu termo mais puro)
e despojado de preconceito)
valorização do
1º acto
é o mais livre
é onde não se encontram ideias pré-concebidas
é o menos pensado
é o mais sentido
é mais performativo
é o mais experimental
é o mais improvisado
Postado por Joana Campos Silva às 6:00 da tarde 0 Fugas Escritas
experimental
experimental é algo fundado na experiência
experiência por sua vez,
é um acto ou efeito de experimentar, esta palavra entende-se também como conhecimento imediato
é aqui que quero chegar!
não a um conhecimento pré-definido, mas sim a algo que nunca cheguei a tocar.
Tocar um conhecimento interno, que vive de grau zero
e que provavelmente toca todos os conceitos de que já falei.
para chegar aqui, é necessário tempo mental *
fotografia | André João Marcos
Postado por Joana Campos Silva às 5:38 da tarde 0 Fugas Escritas
sábado, outubro 13, 2007
sexta-feira, outubro 12, 2007
O Rogério disse
não confundir "obra aberta" com "obra interactiva".
não se trata se pôr os espectadores a "fazer coisinhas"
para eles pensarem que estão a "participar".
trata-se, isso sim, de RESPONSABILIZAR o espectador por aquilo que está a acontecer,
ao ponto dele poder MESMO mudar o rumo da performance.
dogma 2005: "quem quiser diversão que vá à feira popular,
quem quiser passar um bom bocado que ligue aos amigos,
quem quiser esquecer os problemas lá fora que consulte um psiquiatra".
mas a palavra "certa" já tu a inventaste: "intercriatividade".
um amigo meu (e também criador) inventou "interpassividade".
tudo chega para evitar a abominável (e já tão velha) "interactividade".
o espectador não vai ("interactivamente")
segurar na rede que tu precisas para se caíres não te magoares;
o espectador vai tirar-te a rede, se assim o entender,
para que tu caias e te magoes, ou então para que nem
penses sequer em subir para o trampolim.
Postado por Joana Campos Silva às 10:48 da tarde 0 Fugas Escritas
o espectador anónimo
o espectador que nao sabe que é
Postado por Joana Campos Silva às 10:33 da tarde 0 Fugas Escritas
terça-feira, outubro 09, 2007
Obra aberta
de Umberto Eco
Usamos tantas vezes este expressão "obra aberta" e
muitos não sabem de onde vem.
"Obra Aberta" é um livro que surgiu em meados dos anos 60
e foi escrito por Umberto Eco.
Apareceu num momento em que a arte europeia assistia
à proliferação de obras de arte indeterminadas, convidando o interprete
a participar activamente na construção final do objecto artístico.
A "poética da obra aberta" vai de encontro ao pensamento do post publicado anteriormente, na medida em que a sua intencionalidade
é possibilitar várias interpretações,
apresentar-se de várias formas,
e cada uma delas, submeter-se ao julgamento do público.
O autor, acredita que Obra aberta
"é aquela que aumenta a entropia da mensagem,
fazendo com que o receptor da mensagem
disponha de inúmeras possibilidades diferenciadas
a partir do universo de escolhas".
Ora, estas possibilidades,
desejo que sejam tocadas pelo espectador,
de modo a torná-lo co-criador.
Postado por Joana Campos Silva às 4:05 da tarde 1 Fugas Escritas
Tento - vem ter comigo!
Performar-me a Ti,
enquanto investigação
alguns textos vieram ter comigo...
- Descobri que existe um conceito intitulado de: INTERcriatividade, que é a junção de interactivo com criativo.
- "o que é que inter-criar tem haver com Performar-me a Ti?"
- TUDO! respondo eu.
Performar-me a Ti, pressupõe:
relação, interactividade e criatividade
Posso não tocar em Ti, mas posso-te contagiar, com o olhar, com o corpo, com a dança, com um gesto.
Interagir com o corpo, mesmo sem tocar é um dos objectivos.
Quero ver, quero sentir o espectador a inter-criar!
A oportunidade é minha, mas é essencialmente vossa.
- Descobri que a evolução da PERCEPÇÃO HUMANA (Benjamin) desenvolve-se em 3 pontos de viragem: o aural, o da estética e sensibilidade e o da técnico-estética.
O estádio de percepção aural, (Antiguidade até Renascimento) caracteriza-se por haver uma atitude de distanciamento entre o espectador e a obra.
Aqui, existe contemplação, de um culto que implica culto.
O estádio de percepção estética sensível (Renascimento até Séc. XIX)
caracteriza-se não só pela ideia de culto, mas um culto profano, que procura o belo. A percepção e o belo não se esgotam na experiência sensível, pois há apreensão de valores , há um juízo.
- É este juízo, que faz do espectador um elemento crítico!
sabe que ao fazê-lo está a colocar a peça à apreciação de quem vê,
perdendo valor de culto"
by Cristina Sá
A percepção estética sentivel apela ao juízo!
Quando se fala em juízo, extremeço!
mas não posso.
"descomprimir" é uma das exigências do Dogma 05,
tento relaxar...
tento não pensar...
tento agir...
tento sentir...
tento desmaterializar...
tento mostrar o que de mais puro existe em mim!
Postado por Joana Campos Silva às 3:08 da tarde 0 Fugas Escritas
domingo, outubro 07, 2007
sexta-feira, outubro 05, 2007
o espectador
A oportunidade do "meu espectador" começou.
R
é o meu espectador e é ele o "mentor" do Performar-me a Ti.
eu enquanto autora, deixo-me levar...
e ele deixa-se contagiar...
entre perguntas, esquemas, palavras, música e dúvidas...
Quando o extraordinário aconteceu ele escreveu!
ele sentiu... :)
o espectador, vai dar oportunidade a outros espectadores...
Postado por Joana Campos Silva às 11:41 da tarde 0 Fugas Escritas
em Processo com...
ideias soltas...
Fuga de um Grito é processo e simplesmente temos de saber "estar".
como processo não vai terminar aqui...
Em
Performar-me a Ti
vamos precisar de estar em iT,
que para mim é simplesmente estar.
Atenção que Performar-me a Ti é Fuga de um Grito,
mas numa versão dedicada ao espectador.
O espectáculo que não precisa de "ser espectacular", precisa de
grau 0
(depois o público entra)
grau 0 + 1
(o espectáculo começa)
grau 0 + 1 + 1
Postado por Joana Campos Silva às 10:54 da tarde 0 Fugas Escritas
a verdade
"mais que um trabalho artistico, é quase um trabalho de investigação...
tenta pensar sempre fora do territorio artistico...
a arte vem depois...
a arte é feita pelas pessoas que vêem, n é por ti...
porque se tu te convences que estas a "fazer arte", fazes as coisas com "ar de arte",
e isso é uma seca...
é muito mais giro quando tu te surpreendes com a "artisticidade"
de algo que acabaste de fazer...
como quando escreves qualquer coisa sem pensar e só no fim,
quando lês, é que pensas: olha, escrevi um poema!
porque se fores a escrever com a ideia de vai sair um poema,
é que sai mesmo um poema com "ar de poema",
e isso, joanita, é o que toda a gente já faz!.."
by Roger
Postado por Joana Campos Silva às 10:39 da tarde 0 Fugas Escritas
domingo, setembro 30, 2007
Performar-me a ti
O nome da nova versão do Fuga de um Grito *
"Performar-me a ti" é ligeiramente diferente do Fuga de um Grito I.
Hoje, seguindo as regras do Dogma´05 é-me exigido dar uma maior importância ao espectador.
O "mero" espectador passa para o papel principal.
por isso,
no "Performar-me a TI"
serei corpo e o espectador o mentor da obra.
Dia 2 e 3 de Novembro
Torres Vedras irá abrir as "portas" para todos
aqueles que estão interessados em espectáculos,
exposições, conferências e muito mais...
Conto com vocês!
Postado por Joana Campos Silva às 1:34 da manhã 0 Fugas Escritas
sexta-feira, setembro 28, 2007
Performar-me a ti
responsável máximo pela validação e legitimação do objecto artístico."
não será, igualmente legítimo,
registar o que o público sentiu com a minha peça?
o que acharam?
que pensamentos lhes suscitaram?
Registar o percurso que fizeram...
Eu própria e o André, descrevermos a
última performance apresentada em público?
Que sentimentos obtive, comparativamente aos
dos espectadores e a de todas as pessoas envolvidas?
O registo desses sentimentos ou simplesmente visões
poderão ajudar-me a construir
a oportunidade do espectador,
quase como uma nova forma performativa.
"performar-me a ti"
- a visão do espectador...
O espectador descreve a performance elaborada por mim,
mas coloca lá os seus sentimentos.
interessante...
Postado por Joana Campos Silva às 5:05 da tarde 0 Fugas Escritas
espectador
Compreendendo melhor
" A Oportunidade do Espectador"
A página 7 do Dogma clarifica:
"...a palavra final caberá sempre ao espectador,
responsável máximo pela validação e legitimação do objecto artístico."
- o criador deverá ceder a sua autonomia perante o objecto criado.
- o espectador poderá mudar o rumo da trabalho
- o artista/criador não é mais artista/nem mais criador
- não poderei impor o meu gosto pessoal, nem fundamentar qualquer tipo de acção ou intenção.
- o criador é, apenas e só, um 'mediador'.
- A personalidade do projecto é bem mais importante que a personalidade do criador.
e o criador tem de se levar por ele.
Lembram-se do post... "O projecto controla-me a mim?"
é disso que estou a falar,
não devo, nem posso criar ideias pré-concebidas,
as ideias têm de vir até mim.
Aí intenda-se a página 6 do Dogma.
"... não existem interpretes...
O único interprete é o trabalho ele próprio...
O trabalho interpreta-se"
Postado por Joana Campos Silva às 4:43 da tarde 0 Fugas Escritas
"projecto" é o que é.
o vídeo, a fotografia, textos, perguntas,
respostas e movimentos (mesmo que parados...)
É aqui, que o Dogma'05 me ensina a compreender
que os "suportes/meios criados, não são objectos/fins..."
que justifiquem a acção que conduz o projecto.
O projecto é a acção, a disciplina.
"O projecto é o nome que a coisa tem".
Este item 3.2.1 da página 8 do Dogma'05,
faz-me reflectir sobre certos vídeos que mostrei,
acreditando serem a melhor representação da minha peça performativa.
Ou seja, não é correcto da minha parte,
evidenciar "os melhores", porque isso não existe.
Apenas, são mais uns, que fazem parte do projecto,
não tendo qualquer tipo de catalogação especial.
Aqui volto a realçar, que a minha "obra" não vive do fim...
(se é que isso existe, já que não lhe conheci o início),
por isso apelo, a que leiam o Fuga em mim por inteiro
e reflictam na performance final,
como uma "obra aberta" * que muito mais poderá mostrar...
* Brevemente, falarei melhor da obra aberta.
Por outro lado a página 9, fala de algo que me interessa particularmente,
que está intimamente ligada à performance em tempo real.
Isto é, os trabalhos constroem-se com matérias,
mas não são estas que fazem resultar a acção final, pois
"ela é, de facto, o resultado final".
Qualquer apresentação performativa de
carácter público, resulta de um resultado final.
Aqui quase que consigo tocar no termo LIFE-ZONE *
Postado por Joana Campos Silva às 3:52 da tarde 0 Fugas Escritas
Projecto
Relativamente ao post
"em processo desde a última performance..."
«O objectivo primordial desta "oportunidade"
que está a ser dada ao "espectador"
é reflectir sobre a condição autoral do criador
em relação a obra criada.
De que maneira é que o criador mantém em relação
ao projecto e só a condição autoral e
de que maneira é que o espectador
mantém a condição de espectador,mesmo quando ele a cria.
Por outras palavras, dar relevo à herança pós-moderna
preconizada por Duchamp, que reforçou de forma notável
o papel criativo do olhar do espectador na
legitimação da obra tornada pública:
"Para decifrar uma obra de arte, o espectador
tem de ser igualmente criativo".
Estarei a ir num bom caminho?
Postado por Joana Campos Silva às 3:33 da tarde 0 Fugas Escritas
Projecto
obrigado Roger *
Postado por Joana Campos Silva às 2:18 da tarde 0 Fugas Escritas
domingo, setembro 16, 2007
em Processo
o R foi espectador e ainda o é.
Eis o que descobri!
Foi precisamente no dia 25 de Maio que apresentei
a minha última performance
Mal saí do armazém, o R disse que tinha uma coisa para mim.
Estranhei.
Fomos até casa dele... a expectativa era muita.
Abriu a porta, dirigiu-se à sala, sentou-se no piano e começou a "tocar".
Não tocou uma coisa qualquer, tocou aquilo que tinha sentido quando visionou a peça.
Ele só dizia: "naquela parte".... [tocava]
"na outra parte"... [tocava]
"se fosse eu... tocava isto"... [tocava]
Foi nesse momento, que percebi o que aquele espectador
tinha sentido na minha obra.
Era algo diferente.
Mas nunca pensei estar após o fim, a recomeçar o Fuga de um Grito II
Ele "re-tocou" a peça, mediante aquilo que sentiu.
Ora, se "a Oportunidade do Espectador"
exige que me coloque do lado do espectador.
Será este musico um bom exemplo para mostrar
ao outro público aquilo que sentiu na minha obra?
Não se trata de uma interpretação do Fuga de um Grito,
trata-se de um sentimento, de uma sensação,
levada a cabo por um espectador.
Estarei eu a dar oportunidade a um espectador meu?
ou será
que estou a criar uma oportunidade dentro da oportunidade do espectador?
fico por aqui *
Postado por Joana Campos Silva às 11:09 da tarde 3 Fugas Escritas
sábado, setembro 08, 2007
A Oportunidade do Espectador
O Fuga de um grito está de volta... mas numa versão diferente.
Desta vez, abandono a obsessão pelo final e
pelo Belo (vou tentar), ...
A "OPORTUNIDADE do Espectador"
exige um pouco mais de mim...
O Dogma 05
vai ser a "Bíblia", mas "ele" não gosta de precipitações...
vou tentar que as ideias venham até mim
e vou "saborea-las" com calma.
Até breve *
Postado por Joana Campos Silva às 4:40 da tarde 2 Fugas Escritas
sexta-feira, maio 25, 2007
Agradecimentos
mas sinto que não é o fim desta "COISA"
Apesar de ter dado
o grito antes do tempo... julgo que ainda
não cheguei aquilo que realmente quero.
por vezes "atinjo" qualquer coisa...
mas não a coisa toda.
"precisas de amadurecer o projecto" by Renato
Não posso deixar de passar este momento sem agradecer a
todos aqueles que me ajudaram e que acreditaram em mim.
André João
(o músico que também gritou)
João Costa
(o professor de dança)
Rogério
(o orientador nato)
Cristiana
(a especialista visual)
Joana Silva
(a fotografa sensível e
a única que conseguiu tocar)
João Lopes Cardoso
(o paciente que tocou foto graficamente)
Hélder Dias
(o que acreditou que poderia ser realizado ao vivo)
Daniela
(a paciência em pessoa que também queria gritar)
e a todos os outros que me fizeram
rir, ponderar, pensar e corrigir
Muito Obrigado!
não tenho palavras...
Postado por Joana Campos Silva às 10:16 da tarde 2 Fugas Escritas
25 de Maio
Local
Direcção = Cais de Gaia
Rua Serpa Pinto
(perpendicular à rua do cais)
sobem sempre... até encontrar o
Instituto do Vinho e da Vinha do lado esquerdo.
Horas
17h30
| aVISO |
vai chover
nunca performei com chuva
Postado por Joana Campos Silva às 2:04 da manhã 1 Fugas Escritas
sexta-feira, maio 18, 2007
Inventário de Joclécio
| INVENTÁRIO |
de Joclécio
Local: Teatro Helena Sá e Costa
teve a medida certa, a altura certa
encaixou em mim
Fico com a sensação que me faltava uma peça,
no meu puzzle corporal
e esta PEÇA encaixou nos locais vazios.
Ri e chorei
estou extasiada, nunca vi nada assim.
tão puro, tão simples.
era uma história sem fala, com corpos sem boca,
que emitiam uns sons absorventes.
A minha "coisa" é do tamanho da
cabeça de um alfinete,
comparado com este INVENTÁRIO.
Fez com que exigisse mais de mim e
me obrigasse a despir por completo.
ELES DESPIRAM O CORPO
eu vi.
Incrível como Joclécio e os restantes bailarinos
conseguiram construir algo tão
maravilhoso com gestos tão simples.
Parabéns Jo
não percam
| SÁBADO |
Maus hábitos
16.30
Documentário Sobre Inventário
compreender o processo
e a construção do artista
Postado por Joana Campos Silva às 12:10 da manhã 0 Fugas Escritas
quarta-feira, maio 16, 2007
LIFE-ZONE
| estado: LIFE-ZONE |
Joana diz:
ola Roger.
Rogério diz:
oi!
Joana diz:
Tu não viste a minha performance,
mas os meus colegas também não.
Roger diz:
ai não?
Joana diz:
não
Joana diz:
e se o meu projecto é o meu processo..
eles antes de verem a performance
têm de conhecer o processo.
Joana diz:
certo?
Rogério diz:
não necessariamente
Rogério diz:
tu podes ter o processo dentro da tua apresentação
Rogério diz:
nesse caso, terias de dizer que a tua performance
já começou, quando começaste a trabalhar nela
Rogério diz:
e aí o processo seria encarado de uma outra forma
Joana diz:
mas.. como exteriorizo isso?
Rogério diz:
não é uma questão de exteriorização,
apenas e só de nomeação
Rogério diz:
ou seja, se tu dizes, o meu processo é o meu resultado,
o público vai ver um ensaio teu (por exemplo)
e encara-o como resultado
Rogério diz:
ou como uma peça desse resultado
Joana diz:
hmm..
Joana diz:
mas segundo aquilo que eu tenho feito
"os meus desempenhos",
julgo que iria resultar algo demasiado vazio
Joana diz:
ou então.. intrigava o espectador.. e ele após a performance
sentiria interesse em saber o que está por detrás disto tudo.
Joana diz:
poderá ser?
Rogério diz:
possivelmente
Joana diz:
ok
Rogério diz:
aquilo que eu acho é que quanto mais
pensarmos no papel do espectador,
menos nos aproximamos dele
Joana diz:
perdi-me
Rogério diz:
por isso é que a mim não me choca nada que tu
tenhas feito uma coisa de ti para contigo
Rogério diz:
porque isso é que é arte!
Rogério diz:
eu não concebo arte de outra forma
Joana diz:
perdi-me com o turbilhão de cenas que ouvi
Rogério diz:
é natural
Rogério diz:
já leste o mail que te enviei?
Joana diz:
talvez AINDA não tenha estofo suficiente para dizer
ISTO É MEU, isto é a minha arte
Joana diz:
sim
Rogério diz:
minha querida, só podes ter estofo para isso!
Rogério diz:
o contrário é que seria altamente perverso
Joana diz:
estou a dar em doida
Rogério diz:
se tu, com a tua idade e a tua experiência,
te pusesses já com grandes elaborações sobre
o papel do publico, isso sim, seria preocupante
Rogério diz:
eu sinceramente não percebo as pessoas...
Rogério diz:
não estou a falar de ti, obviamente...
Joana diz:
ok
Joana diz:
ja apaguei
Joana diz:
por vezes sinto me sozinha nesta batalha.
Joana diz:
que nervos
Rogério diz:
por isso é que eu te dizia para te apoiares
nas pessoas (profissionais) que te acompanharam
durante este processo
Joana diz:
elas andam sempre em meu redor
Joana diz:
e nunca me colocaram as questões que hoje foram feitas.
Joana diz:
por isso é que entrei em pânico
Joana diz:
é legitimo que eu diga: o meu processo é o meu resultado?
o meu processo é demasiado rico para o resultado.
por isso necessito que conheçam o meu processo.
Joana diz:
por outro lado, o ideal era que o resultado fosse bombástico,
para que não houvesse necessidade de socorrer ao processo.
Joana diz:
já fiz tanta coisa, que me perdi em mim e no meu processo. preciso de me situar.
Rogério diz:
pois, esse é que me parece ser o problema
Rogério diz:
é essa necessidade que as pessoas têm se ver
"coisas bombásticas" a acontecer
Rogério diz:
essa paranóia pelo "espectacular" que me
irrita profundamente
Joana diz:
hi hi
Rogério diz:
por isso é que eu digo que deve haver aí
muito preconceito e ignorância
Rogério diz:
e deves ignorar isso!
Joana diz:
quando disse bombástica, é a cena deles conseguirem TOCAR
Joana diz:
o que eu queria é que as pessoas sentissem
a FUGA, que é a mesma cena que eu sinto
quando vou ver algumas performance.
é quando a cena bate bem lá no fundo
Rogério diz:
pois, mas tu não podes ter esse tipo de
expectativa em relação ao público
Rogério diz:
porque as pessoas são todas muito diferentes
Joana diz:
eu sei... nem sei se vou conseguir..
mas um dois objectivos é esse.
Rogério diz:
e uma coisa que te bate a ti, pode não bater
às 30 pessoas que por acaso foram ver a tua performance
Rogério diz:
tu só consegues mesmo ter algumas certezas
(e ainda assim podes enganar-te)
se trabalhares com cada pessoa individualmente!
Rogério diz:
caso contrário, terás sempre pessoas que vão
sentir aquilo que tu esperas e outras que não
Joana diz:
então qual é o intuito da minha performance?
Rogério diz:
como artista, tens que estar permanentemente
disponível para que o espectador faça as
leituras mais disparatadas em relação ao teu trabalho
Joana diz:
eu sei que para po-las a TOCAR é difícil..
mas fazê-las perceber é essencial.
Joana diz:
não posso criar arte para o vazio.
isso não é arte?
Rogério diz:
é como te digo no mail: a arte tem que te
servir a ti em primeiro lugar
Joana diz:
era bom que todos tivessem disposição para isso
Rogério diz:
logo, nunca será para o vazio
Joana diz:
mas arte só para me servir a mim, não é arte.
tem de ser sentida como tal pelos outros. certo?
Joana diz:
então as pessoas que estão a colaborar
comigo, bem como professores..
basta para a minha arte ser legítima?
Rogério diz:
a partir do momento que tu abres as portas
daquele armazém e deixas as pessoas entrar para te ver,
estás a partilhar a tua arte
Rogério diz:
deixa de ser só tua
Rogério diz:
é esse o instante em que o teu processo Se legitima
Joana diz:
hmmm.
Joana diz:
ok .. já percebi
Joana diz:
OBRIGADO
Rogério diz:
em já passei por processos em que nunca,
mas mesmo nunca, pensei no público
Rogério diz:
já cheguei mesmo a dirigir um workshop
em Braga sobre isso
Rogério diz:
os alunos faziam tudo de acordo com um
único lema: "as coisas que me dão imenso prazer fazer"
Joana diz:
fixe
Rogério diz:
se for dançar durante 6 horas, seja!
Joana diz:
precisava de outro VOU A TUA CASA
Joana diz:
parece que estou com amnésia
Rogério diz:
abrimos as portas ao público e o público passou-se
Joana diz:
acredito
Rogério diz:
houve quem tivesse detestado, quem tivesse achado que
estávamos a gozar com eles,
e houve pessoas que foi a melhor coisa que viu na vida
Rogério diz:
e isto é fantástico
Joana diz:
hi hi
Joana diz:
isso é porreiro
Joana diz:
mas se ninguém tivesse gostado.
ia considerar se estava no caminho certo ou não
Rogério diz:
isso depende muito das pessoas que vão ver
Rogério diz:
por isso é que eu te sugiro no mail que
penses muito bem nas pessoas que foram ver
Rogério diz:
que tipo de pessoas eram na generalidade
Joana diz:
ok
Joana diz:
professor Helder, Sónia, Susana, Helena e a Cristiana
Rogério diz:
porque nós não andamos aqui a
"fazer as coisas para público"
Joana diz:
o João costa também já viu
Rogério diz:
mas também não andamos aqui a
preocupar-nos só com uma faixa muito
especifica de publico
Joana diz:
a cristiana enviou-me um e-mail.
Alertar-me para algumas questões
Joana diz:
a cena que me intriga é que só
tenho na realidade 1 pessoa muito
interessada no meu projecto
Joana diz:
essa pessoa é válida?
Joana diz:
o que me intriga é que o facto das pessoas
me estarem a ajudar e a opinar,
não quer dizer que acreditem na minha cena
Joana diz:
ou será que acreditam e isso esta subentendido?
Rogério diz:
tu és uma rapariga muito complicadinha,
valha-te deus!
Joana diz:
...
Rogério diz:
acho que pensas demais!
Joana diz:
talvez
Rogério diz:
em primeiro lugar, se tiveres só uma pessoa
interessada no teu trabalho, optimo!
Rogério diz:
mais um preconceito:
o da quantidade em vez da qualidade
Joana diz:
ok.
Joana diz:
vou parar de pensar
Rogério diz:
apoia-te nessa pessoa,
ou nesse grupo reduzido de pessoas
Joana diz:
vou entrar em IT
Rogério diz:
eu, por exemplo, posso dizer-te que desde
há dois anos para cá,
deixei de me preocupar com críticos
Rogério diz:
porque cheguei à conclusão que não havia
um único em Portugal que entendesse
deveras o meu trabalho
Rogério diz:
comecei a ver quem é que via o meu trabalho
com olhos de ver, e virei a minha
atenção para outras pessoas
Rogério diz:
espectadores comuns, essencialmente
Rogério diz:
mas também estudantes, académicos,
investigadores, etc.
Joana diz:
tens razão.
Joana diz:
só estou a teimar numa cena.
O meu processo é o meu projecto.
porém posso apresentar única e simplesmente
a minha performance sem que o
publico conheça o processo.
Joana diz:
é sempre legitimo.. porque já reparei que o que
mais me preocupava era se
estava a CRIAR arte ou não.
Rogério diz:
pois
Rogério diz:
e isso não pode ser uma preocupação!
Rogério diz:
era o que eu ia dizer-te a seguir
Rogério diz:
e foi o que nós estivemos a trabalhar no workshop
Rogério diz:
tu tens quer dar às ideias a "forma" que elas trazem com elas,
mesmo que essa forma te pareça pouco ou nada "artística",
pouco ou nada "espectacular", entendes?
Joana diz:
e já vi que estou, porque tenho pessoas que o
compreendem.. nem que seja uma pessoa.
Rogério diz:
por isso não podes pensar se estás ou não a fazer arte
Rogério diz:
lembras-te daquele exemplo do 'fui' que e vos dei,
de eu ter ido procurar publico para os
espectáculos em torres Vedras?
Joana diz:
sim
Rogério diz:
eu até à ultima hora nunca soube que
"forma" é que a apresentação publica ia ter
Rogério diz:
mas estava seguríssimo da 'coisa'
Joana diz:
mas eu ando a trabalhar nessa forma
Rogério diz:
estava seguríssimo do que tinha para dizer
Joana diz:
e qualquer forma que eu faça.. trabalhada ou não..
está segura por tudo o que eu criei à volta dela.
Rogério diz:
se tu queres tanto passar o teu processo
para o resultado, ao ponto deles se confundirem,
então tens tu própria que ser honesta com o teu processo
Rogério diz:
não esconder nada
Joana diz:
ok
Rogério diz:
inclusivamente falar sobre isso
Joana diz:
eu sempre disse que o meu projecto era o meu processo.
Rogério diz:
às vezes não há maneira de "performar"
uma coisa de uma forma mais abstracta
Joana diz:
e estou sempre a falar do meu processo.
Rogério diz:
fala-se sobre isso!
Rogério diz:
mesmo que te pareça excessivo
Rogério diz:
mesmo que aches que é informação a mais
Rogério diz:
não sintas pudores com isso
Rogério diz:
imprime os textos que escreveste e dá ao público
Rogério diz:
ou lê-os tu própria
Rogério diz:
sei lá
Rogério diz:
há milhões de coisas que podes fazer
Joana diz:
então se considerar o meu projecto é o meu processo..
é legitimo que apresente única e simplesmente
a minha coisa dia 25?
sem anexos ou qualquer tipo de informação extra.
o processo está na minha coisa
(apresentada em publico) e se quiserem realmente
saber o que é, dirigem se ao blog.
Joana diz:
gosto da ideia de entregar o processo aos espectadores.
Joana diz:
dou-lhes a minha OBRA DE ARTE, nua e crua..
é uma ideia
Joana diz:
talvez tenha mais interesse
do que não entregar nada
Joana diz:
talvez consiga mais resultados
com a entrega dos textos
Rogério diz:
EU acho que deves levar a coisa até
às últimas consequências
Joana diz:
hi hi
Rogério diz:
o processo é uma coisa que já passou
Rogério diz:
as pessoas que estão contigo no dia 25 não
estiveram contigo todos os dias, certo?
Joana diz:
sim
Rogério diz:
mesmo que tenham ido ao blog duas ou 3 vezes
Rogério diz:
portanto, a tua apresentação terá que ser sempre
uma espécie de "historial"
Rogério diz:
como se estivesses a contar a historia
que te fez chegar até ali
Rogério diz:
isto é um pouco o pressuposto do 'FUI'
Rogério diz:
não consigo ajudar-te de outra maneira
a não ser usando os meus exemplos pessoais...
desculpa
Joana diz:
é óbvio que a minha COISA final resulta
de todo um processo...
mas talvez não seja assim tão óbvio esse historial.
há coisas que não estão escritas..
mas que descobri em processo.
Joana diz:
o facto de não ser "óbvio", nunca se questiona
se estou a ser correcta ou não com o meu historial.
desde que seja correcta comigo e com o meu processo.
está correcto.?
Joana diz:
que melhor exemplo que podemos dar,
é o nosso próprio conhecimento
Rogério diz:
sim, com certeza
Rogério diz:
mas aí tens que ter cuidado com as afirmações
que fazes a ti própria e as que fazes ao publico´
Joana diz:
por outro lado, o facto de existir o factor improvisação,
NÃO IRÁ TIRAR legitimidade á coisa?
Rogério diz:
não podes afirmar uma coisa que depois não fazes
Joana diz:
pois eu sei
Rogério diz:
isso da improvisação nem sequer devia ser uma questão
Rogério diz:
para mim, tudo é improvisação
Rogério diz:
estás sempre a jogar com coisas imprevistas,
com o aqui e agora
Rogério diz:
e isso não tira nem dá legitimidade
Joana diz:
em termos práticos, o som eu não controlo ,
tenho uma estrutura, e alguns pontos chaves..
mas a performance nunca é igual.
desde que seja coerente comigo, é válido!
Rogério diz:
é um dado adquirido
de toda e qualquer performance
Joana diz:
ok
Joana diz:
bem visto
Rogério diz:
guarda esta conversa e põe no blog
Rogério diz:
LOOL
Joana diz:
está guardadíssima
Joana diz:
sabes uma coisa? o ideal não
é dar o processo é dar a nossa conversa
Rogério diz:
LOL
Rogério diz:
tu vê lá o que fazes
Joana diz:
é válido! muito válido
Rogério diz:
he he
Joana diz:
estivemos em LIFE-ZONE
Postado por Joana Campos Silva às 7:27 da tarde 0 Fugas Escritas