domingo, dezembro 09, 2007


Puzzle disperso

...porque podemos performar de muitas maneiras...

Brevemente, esta peça pode ser Tua.



terça-feira, novembro 06, 2007

Ausência





"(...) ser "artista" implica também "não o ser",

e a maior ou menor artisticidade de um
acto mede-se pela sua coragem, apenas."



by Roger


Obrigado pela oportunidade ;)



Fotografia | Joana Costa Silva

domingo, novembro 04, 2007

justiça performativa

Após 30 minutos de espectáculo,
que não foi propriamente "espectacular"
veio a sentença:

"A tua desgraça foi a tua sorte"

by André Teodosio

:)
Dogma no seu melhor

sábado, novembro 03, 2007

ausência

Performar-me a ti
com sub-título
Ausência


Direitos de autor:

Após informação de um especialista na área,
toda e qualquer pessoa que cria um objecto artístico no ambito de um outro projecto, tem direitos de autor.
Independentemente de estar registado ou não na
sociedade portuguesa de autores.

O material produzido pretence sempre a essa pessoa, com comprovativo referente a todo tipo de criação, bem como a não existência de plágio.


para mais esclarecimentos

AQUI

Performar-me a Ti, será apresentada por volta das 19h40 e terá como elemento essencial a Ausência

Por esse motivo não será apresentado qualquer
tipo de imagens, sons e vídeo relativos ao trabalho desenvolvido pelas
pessoas referidas nos posts anteriores.

De modo a proteger não só o meu projecto,
como o das outras pessoas em causa.

performar-me a ti

:)



sexta-feira, novembro 02, 2007




Neste blog, foram retiradas todo tipo de imagens referentes
às pessoas que contrubuiram para o Performar-me a Ti,
ausentes actualmente neste projecto.





justica performativa

Andava eu à procura da "justica performativa",

quando ela veio ter comigo.





explicacoes mais óbvias

o que o DOGMA´05 diz:

3. O grande objectivo do ´Dogma´ é a construcao de objectos que antes de se poderem denominar de "artísticos", devem ser chamados de "problemáticos". Daí a inevitabilidade do abandono de todo e qualquer carácter lúdico, mais ou menos ´espectacular´, do objecto produzido.

A solucao reside aqui:

Dogma´05 página 11:

espectador/espectador-criador

"É o mais imediato binómio a ter em conta quando o projecto (dogmático)
que temos em maos visa especificamente o compromisso do espectador perante a obra criada, nomeadamente no que respeita à sua maior ou menor participacao e responsabilizacao!"


desculpem esta escrita sem acentos, mas estou num teclado alemao

em residencia

criador < ARTE > espectador


"a palavra final caberá sempre ao
espectador RESPONSáVEL máximo
pela validacao e legitimacao do objecto artistico."

"a responsabilidade máxima é do espectador (usufrutuário); a responsabilidade média é a do projecto e a do contexto (influenciadores/inspiradores de primeira ordem);
o criador é , apenas e só, um ´mediador´."

by dogma´05




quarta-feira, outubro 31, 2007

ultima conversa

Roger diz:
já estou em casa

Roger diz:
eu n pude fazer mais nada, joanita...

Roger diz:
eu só estive na transforma até às 17 h

Roger diz:
workshop em almada até agora

Roger diz:
reenviei os contactos para o henrique, mas já n estava ninguém na transforma

Joana diz:
ok

Joana diz:
e se não houver piano

Joana diz:
posso ir ai sem apresentação?

Roger diz:
porque é que não hás-de apresentar nada?

Roger diz:
claro que podes vir

Roger diz:
eu quero muito que venhas

Joana diz:
porque não há condições para apresentar o que quero.

Joana diz:
a ideia é ir.. ficar em residência e fazer alguma coisa..

Roger diz:
ó joana, eu vou ter que me repetir novamente:
o trabalho com o dogma implica isso mesmo

Roger diz:
que nenhuma catástrofe, por mais estúpida que seja, invalide que "te apresentes"

Roger diz:
eu percebo perfeitamente a postura dos teus amigos

Roger diz:
mas eles recusarem-se a vir (que eu aceito,
a culpa n é necessariamente deles) é completamente anti-dogma

Joana diz:
pensei em fazer uma apresentação do meu projecto.

Joana diz:
uma cena que ja andava a fazer algum tempo.. mas ainda não esta pronta.

Roger diz:
mas eu não "comprei" o teu projecto, joana,
eu convidei-te a apresentares o teu projecto de acordo com as regras do dogma

Joana diz:
é uma cena em vídeo

Roger diz:
eu já te disse isto muitas vezes

Roger diz:
Aos teus amigos n têm culpa, mas isto que está a acontecer
é sintomático de uma coisa: eles n estavam preparados para trabalhar com o dogma

Roger diz:
dependendo da natureza dos projectos,
pode acontecer que alguém do publico se lembre de desligar a corrente eléctrica

Roger diz:
e eles teriam que se haver com isso também!

Roger diz:
porque isso é dogma

Joana diz:
não é o dogma. temos de ser realistas.
ontem tinhamos tudo.. esta semana não temos nada.
há um compromisso!

Roger diz:
isso não é verdade

Roger diz:
só não tens o piano

Roger diz:
tudo o resto tens

Joana diz:
sim, mas sem piano. não faz sentido tar lá o

Roger diz:
é o que te estou a dizer, trabalhar nesse sentido,
em que o projecto depende de coisas como um piano e n de uma ideia, n é dogma

Roger diz:
desculpa eu estar a reforçar este aspecto,
mas é a única coisa que posso fazer neste momento em relação ao projecto

Roger diz:
para proteger o meu projecto e para te proteger a ti também

Joana diz:
o meu projecto não depende de um piano..
depende do meu espectador que por sua vez..
depende de um piano.

Joana diz:
é diferente.

Roger diz:
continuo a dizer-te, joana, que não há nada que, no contexto do dogma,
justifique uma desistência

Roger diz:
a menos que seja falta de compreensão do próprio dogma

Roger diz:
mas isso é outra conversa

Roger diz:
porque nesse aspecto tivemos imensas conversas,
tu fizeste o workshop, eu ajudei-te na tua cena

Roger diz:
a tua folha de sala é isso

Roger diz:
não é mais do que isso

Joana diz:
eu vou. eles não vão.

Roger diz:

tudo bem

Joana diz:
tenho um compromisso com eles que foi quebrado.isso preocupa-me.


Roger diz:
aliás, tudo óptimo


Roger diz:
sendo frio mais uma vez,
estabeleceste com eles um mau compromisso,
em termos meramente dogmáticos

Roger diz:
eu alertei-te para esse facto

Roger diz:
há muito tempo

Roger diz:
tal como alertei a Cristiana quando ela me disse que
queria ter mais 3 pessoas com ela

Roger diz:
tu nunca poderias ter trabalhado com eles nessa perspectiva

Roger diz:
lamento dizer-te isto assim

Roger diz:
não estou a pôr em causa as tuas ideias

Roger diz:
não te convidei para este projecto por acaso

Joana diz:
até posso ter alguma culpa...
mas a maior culpa está na organização..

Joana diz:
nunca se avisa na véspera que não há material.
não se anda aqui a brincar.

Joana diz:
estão pessoas e palavras em jogo

Roger diz:
não está a ser justa, lamento

Roger diz:
estás

Roger diz:
se eu te tivesse dito há duas semanas atrás,
teria acontecido a mesma coisa

Joana diz:
já te enviei o plano a um mês.
era tempo suficiente para saberem se arranjavam as coisas ou não!

Roger diz:

os teus amigos teriam dito que não queriam sem piano


Roger diz:
e mais duas semanas a procurar pianos não garantiriam que ele aparecesse

Roger diz:
desculpa, não posso concordar contigo

Joana diz:
se tivesse sido avisada à duas semanas atrás nem teria tido ensaios.
nada disto deria começado

Roger diz:
mas eles tentaram

Roger diz:
como é normal acontecer

Roger diz:
joana, tu não tens muita experiência nestas coisas,
mas digo-te já que é muito habitual as coisas acontecerem assim

Joana diz:
agora em cima da hora.
não dá para perdoar. porque quem fica mal sou eu

Roger diz:
tens que estar preparada para ultrapassar estas situações

Joana diz:
eu consigo moldar-me.. agora moldar-me e pedir a mais duas pessoas que se moldam..
é muito difícil .

Roger diz:
mas aí é que está joana

Roger diz:
as duas pessoas deviam estar preparadas para se moldarem desde o início!

Roger diz:
e não estavam

Roger diz:
por isso não podes culpar a organização

Joana diz:
:S

Roger diz:
as pessoas deviam estar preparadas para até acharem piada a este sucedido!

Roger diz:
e n o olharem como um entrave

Roger diz:
todo o dogma reforça esta coisa do contexto

Roger diz:
é o contexto que dá forma aos projectos

Roger diz:
e não o contrário

Roger diz:
trabalhámos tanto isto joana...

Joana diz:
fui eu que falhei

Roger diz:
mas n tens que te sentir mal com isso

Roger diz:
vens e trabalhas com isso

Joana diz:
sou sempre eu que falho. nem sei o que ando aqui a fazer.

Roger diz:
e garanto-te que fazes uma apresentação tão solida ou mais que as restantes

Roger diz:
porque eu não assumo isto com falhanços

Roger diz:
não há falhanços nem sucessos no dogma

Roger diz:
tu tens uma coisa fantástica contigo, que eu admiro bastante,
que é a tua capacidade de te moveres e de te empenhares muito nas coisas

Roger diz:
isso é realmente louvável

Roger diz:
mas o dogma pede-te justamente para não tentares ser "melhor"

Roger diz:
lembras-te do "melhor não é necessariamente bom"?

Roger diz:
é isso.

Joana diz:
vou fazer uma performance que nada tem haver com aquilo que ando à procura?

Joana diz:
eu ando a trabalhar com duas pessoas que fazem a minha cena funcionar.

Roger diz:
o que andas à procura precisa de um piano?

Roger diz:
ou o que andas à procura precisa de ti e das tuas ideias?

Roger diz:
não posso admitir que dependas de outras pessoas
e de coisas tecnológicas para fazer valer o teu trabalho

Roger diz:
é que não posso admitir mesmo

Roger diz:
por muito que as pessoas sejam maravilhosas

Roger diz:
e por muito que a tecnologia seja fantástica

Joana diz:
vou falar com eles e digo: foi muito bom enquanto durou..
mas dia 3 vou apresentar outra coisa. não é justo!

Roger diz:
mas tu não vais apresentar "outra coisa"

Roger diz:
não percebo essa separação

Joana diz:
pra mim não.. mas pra eles é.

Roger diz:
tu no dia 3 vais contar a historia do processo, que é o que é justo

Roger diz:
"justiça performativa"

Roger diz:
e o projecto segue

Roger diz:
nomeadamente com eles

Joana diz:
ainda por cima está escrito.. piano | , electrónica |

Joana diz:
qd as pessoas forem lá.. so vão ver corpo

Roger diz:
isso n me preocupa nem um bocadinho

Roger diz:
tu chegas e dizes porque é que aquelas pessoas não estão ali

Joana diz:
isso é a ti. porque tens estofo.. eu não tenho estofo.. nem sou artista.

Joana diz:

sou uma pessoa que tenta vencer na vida..

Roger diz:
por isso é que existe a residência

Roger diz:
e estou lá eu

Roger diz:
a ajudar-vos

Roger diz:
entendes?

Roger diz:
nada é por acaso

Roger diz:
tu não estarás ali sozinha

Roger diz:
mais 5 pessoas a trabalhar o mesmo dogma

Roger diz:
mais eu e um consultor

Joana diz:

Roger diz:
e um documentarista

Roger diz:
claro que vais

Roger diz:
estás a voltar ao dogma, vês

Joana diz:
ok

Joana diz:
vou falar com eles

Roger diz:
e há o meu escritório, aberto ao publico, com montes de informação

Roger diz:
e eu vou introduzir os projectos todos

Roger diz:
lendo partes do dogma

Roger diz:
ou seja, está tudo trabalhado para ser justificado desde o inicio

Roger diz:
mas agora uma coisa à parte

Roger diz:
esta é apenas a primeira fase do projecto

Roger diz:
haverá mais duas, uma em lisboa, outra no porto

Roger diz:
fala com os teus amigos e diz-lhes que tens interesse em continuar o projecto

Roger diz:
e se calhar conbinávamos um encontro colectivo no porto

Roger diz:
(eu vou estar em braga a partir do dia 5)

Roger diz:
e falávamos com calma disto tudo

Roger diz:
porque tenho a sensação muito nitida que eles n têm
noção do que sigfnifica trabalhar com o dogma;
nem têm que ter; eles podem nem estar interessados, o que me parece legitimo

Roger diz:
mas se calhar era bom falar-se de tudo direitinho

Joana diz:
é óbvio que quero continuar com este projecto

Roger diz:
Não esperava outra coisa de ti

terça-feira, outubro 30, 2007







| crise |






segunda-feira, outubro 29, 2007




«O meu corpo não tem as mesmas ideias que eu»


by Roland Barthes




«O gesto interessa-me mais que uma palavra.

Não é verdade que o homem se mexeu ainda antes de falar?»

by Bob Wilson


domingo, outubro 28, 2007

chão, acolhimento, residência


CHÃO um espaço infinito



FOTOGRAFIA | Joana Costa Silva


será o chão o meu tecto acolhedor?

até lá, se verá...

em mini-Residência de

1 a 4 de Novembro
Torres Vedras espera por mim.


certamente um acolhimento diferente.



destaque

dom.28.out.2007

SE7E - PÁGINA 5

Porque o 1º de Janeiro acreditou

Os 3 elementos do "Performar-me a ti" numa
entrevista exclusiva!



LEIAM :)

último ensaio

eu | cadeira

uma relação íntima


eu | procura do não sei


eu | procura de mim


eu procuro por mim...
o R anda à minha procura também...
o Z procura o R

eu volto a procurar-me com base no R...
o R procura por mim...
o Z procura o R..

eu tento encontrar-me com o R e com o Z...
o R procura por mim...
o Z procura o R...






sexta-feira, outubro 26, 2007

segunda-feira, outubro 22, 2007

volto a perguntar:
Porquê procurar?
tudo vem ter comigo...


ao passear os olhos por um livro leio em letras gordas
"Que quer dizer «experimental»? "

já nem me esforço para encontrar... as ideias, as palavras,
os assuntos, até o que não quero vêm ter comigo.

domingo, outubro 21, 2007

meio puro



meio puro | fotografia

a fotografia
é o meio que melhor representa aquilo que digo


performar fotograficamente *

1º acto

1º ensaio

  • 1 acto puro
  • 1 acto forçado
  • 1 acto sentimental

De 3 actos,
o que resultou melhor foi o 1º

(foi livre, experimental (no seu termo mais puro)
e despojado de preconceito)


valorização do

1º acto

é o mais livre

é onde não se encontram ideias pré-concebidas

é o menos pensado

é o mais sentido

é mais performativo

é o mais experimental

é o mais improvisado




já falei de improviso, processo, estados, mas nunca em
experimental

experimental é algo fundado na experiência

experiência
por sua vez,
é um acto ou efeito de experimentar, esta palavra entende-se também como
conhecimento imediato



é aqui que quero chegar!

não a um conhecimento pré-definido, mas sim a algo que nunca cheguei a tocar.

Tocar um conhecimento interno, que vive de grau zero
e que provavelmente toca todos os conceitos de que já falei.

para chegar aqui, é necessário tempo mental *

fotografia | André João Marcos

trio + um


TRIO perfor



R
piano



Z
electrónica


eu
corpo


+ um


joana
fotografia





primeiro encontro


DIA | 20 de Outubro

LOCAL | ESMAI

HORAS | 14H30




fotografia | André João Marcos

sábado, outubro 13, 2007

tudo vem ter comigo

sexta-feira, outubro 12, 2007

O Rogério disse

não confundir "obra aberta" com "obra interactiva".

não se trata se pôr os espectadores a "fazer coisinhas"

para eles pensarem que estão a "participar".

trata-se, isso sim, de RESPONSABILIZAR o espectador por aquilo que está a acontecer,

ao ponto dele poder MESMO mudar o rumo da performance.

dogma 2005: "quem quiser diversão que vá à feira popular,

quem quiser passar um bom bocado que ligue aos amigos,

quem quiser esquecer os problemas lá fora que consulte um psiquiatra".

mas a palavra "certa" já tu a inventaste: "intercriatividade".

um amigo meu (e também criador) inventou "interpassividade".

tudo chega para evitar a abominável (e já tão velha) "interactividade".

o espectador não vai ("interactivamente")

segurar na rede que tu precisas para se caíres não te magoares;

o espectador vai tirar-te a rede, se assim o entender,

para que tu caias e te magoes, ou então para que nem

penses sequer em subir para o trampolim.

(o espectador anónimo)



as coisas vêm ter comigo...
Porquê complicar?


(o terceiro elemento)

o espectador anónimo


o espectador que nao sabe que é

terça-feira, outubro 09, 2007

Obra aberta

OBRA ABERTA
de Umberto Eco


Usamos tantas vezes este expressão "obra aberta" e
muitos não sabem de onde vem.

"Obra Aberta" é um livro que surgiu em meados dos anos 60
e foi escrito por
Umberto Eco.
Apareceu num momento em que a arte europeia assistia
à proliferação de obras de arte indeterminadas, convidando o interprete
a participar activamente na construção final do objecto artístico.


A "poética da obra aberta" vai de encontro ao pensamento do post publicado anteriormente, na medida em que a sua intencionalidade
é possibilitar várias interpretações,
apresentar-se de várias formas,

e cada uma delas, submeter-se ao julgamento do público.

O autor, acredita que Obra aberta
"é aquela que aumenta a entropia da mensagem,
fazendo com que o receptor da mensagem
disponha de inúmeras possibilidades diferenciadas
a partir do universo de escolhas".


Ora, estas possibilidades,
desejo que sejam tocadas pelo espectador,
de modo a torná-lo co-criador.



Tento - vem ter comigo!


Performar-me a Ti
,
enquanto investigação
alguns textos vieram ter comigo...

  • Descobri que existe um conceito intitulado de: INTERcriatividade, que é a junção de interactivo com criativo.
perguntam vocês:
- "o que é que inter-criar tem haver com Performar-me a Ti?"

- TUDO! respondo eu.

Performar-me a Ti, pressupõe:
relação, interactividade e criatividade

Posso não tocar em Ti, mas posso-te contagiar, com o olhar, com o corpo, com a dança, com um gesto.




Interagir com o corpo, mesmo sem tocar é um dos objectivos.
Quero ver, quero sentir o espectador a inter-criar!

A oportunidade é minha, mas é essencialmente vossa.

  • Descobri que a evolução da PERCEPÇÃO HUMANA (Benjamin) desenvolve-se em 3 pontos de viragem: o aural, o da estética e sensibilidade e o da técnico-estética.
Destes 3, apenas os dois primeiros me interessam:

O estádio de percepção aural, (Antiguidade até Renascimento) caracteriza-se por haver uma atitude de distanciamento entre o espectador e a obra.
Aqui, existe contemplação, de um culto que implica culto.

O estádio de percepção estética sensível (Renascimento até Séc. XIX)
caracteriza-se não só pela ideia de culto, mas um culto profano, que procura o belo. A percepção e o belo não se esgotam na experiência sensível, pois há apreensão de valores , há um juízo.


  • É este juízo, que faz do espectador um elemento crítico!
"Por um lado o artista vê o valor expositivo da sua obra, por outro,
sabe que ao fazê-lo está a colocar a peça à apreciação de quem vê,
perdendo valor de culto"

by Cristina Sá


A percepção estética sentivel apela ao juízo!
Quando se fala em juízo, extremeço!
mas não posso.

"descomprimir" é uma das exigências do Dogma 05,

tento relaxar...
tento não pensar...
tento agir...
tento sentir...
tento desmaterializar...
tento mostrar o que de mais puro existe em mim!




em resultado


não em processo,
sim em resultado!




Destaque da semana:

domingo, outubro 07, 2007

sexta-feira, outubro 05, 2007

o espectador

Hoje dia 5 de Outubro de 2007

A oportunidade do "meu espectador" começou.

R

é o meu espectador e é ele o "mentor" do Performar-me a Ti.

eu enquanto autora, deixo-me levar...
e ele deixa-se contagiar...

entre perguntas, esquemas, palavras, música e dúvidas...



Quando o extraordinário aconteceu ele escreveu!


ele sentiu... :)

o espectador, vai dar oportunidade a outros espectadores...




em Processo com...

R
(o espectador co-criador)


ideias soltas...

Fuga de um Grito é processo e simplesmente temos de saber "estar".

como processo não vai terminar aqui...

Em
Performar-me a Ti
vamos precisar de estar em iT,
que para mim é simplesmente estar.

Atenção que Performar-me a Ti é Fuga de um Grito,
mas numa versão dedicada ao espectador.

O espectáculo que não precisa de "ser espectacular", precisa de

grau 0

(depois o público entra)

grau 0 + 1

(o espectáculo começa)

grau 0 + 1 + 1




a verdade

A verdade que só chegou agora

"mais que um trabalho artistico, é quase um trabalho de investigação...
tenta pensar sempre fora do territorio artistico...
a arte vem depois...
a arte é feita pelas pessoas que vêem, n é por ti...
porque se tu te convences que estas a "fazer arte", fazes as coisas com "ar de arte",
e isso é uma seca...

é muito mais giro quando tu te surpreendes com a "artisticidade"
de algo que acabaste de fazer...
como quando escreves qualquer coisa sem pensar e só no fim,
quando lês, é que pensas: olha, escrevi um poema!
porque se fores a escrever com a ideia de vai sair um poema,
é que sai mesmo um poema com "ar de poema",
e isso, joanita, é o que toda a gente já faz!.."

by Roger

domingo, setembro 30, 2007

Performar-me a ti



O nome da nova versão do Fuga de um Grito *

"Performar-me a ti" é ligeiramente diferente do Fuga de um Grito I.
Hoje, seguindo as regras do Dogma´05 é-me exigido dar uma maior importância ao espectador.
O "mero" espectador passa para o papel principal.
por isso,
no "Performar-me a TI"
serei corpo e o espectador o mentor da obra.


Dia 2 e 3 de Novembro
Torres Vedras irá abrir as "portas" para todos
aqueles que estão interessados em espectáculos,
exposições, conferências e muito mais...

Conto com vocês!


sexta-feira, setembro 28, 2007

Performar-me a ti

Se "...a palavra final caberá sempre ao espectador,
responsável máximo pela validação e legitimação do objecto artístico."


não será, igualmente legítimo,
registar o que o público sentiu com a minha peça?
o que acharam?
que pensamentos lhes suscitaram?


Registar o percurso que fizeram...

Eu própria e o André, descrevermos a
última performance apresentada em público?

Que sentimentos obtive, comparativamente aos
dos espectadores e a de todas as pessoas envolvidas?

O registo desses sentimentos ou simplesmente visões
poderão ajudar-me a construir
a oportunidade do espectador,
quase como uma nova forma performativa.

"performar-me a ti"
- a visão do espectador...

O espectador descreve a performance elaborada por mim,
mas coloca lá os seus sentimentos.

interessante...

espectador


Compreendendo melhor
" A Oportunidade do Espectador"



A página 7 do Dogma clarifica:

"...a palavra final caberá sempre ao espectador,
responsável máximo pela validação e legitimação do objecto artístico."

  1. o criador deverá ceder a sua autonomia perante o objecto criado.
  2. o espectador poderá mudar o rumo da trabalho
  3. o artista/criador não é mais artista/nem mais criador
  4. não poderei impor o meu gosto pessoal, nem fundamentar qualquer tipo de acção ou intenção.
  5. o criador é, apenas e só, um 'mediador'.
  6. A personalidade do projecto é bem mais importante que a personalidade do criador.
O projecto é dono de si mesmo...
e o criador tem de se levar por ele.

Lembram-se do post... "O projecto controla-me a mim?"

é disso que estou a falar,
não devo, nem posso criar ideias pré-concebidas,
as ideias têm de vir até mim.

Aí intenda-se a página 6 do Dogma.


"... não existem interpretes...
O único interprete é o trabalho ele próprio...
O trabalho interpreta-se"


"projecto" é o que é.

O Fuga de um Grito vive de meios...


o vídeo, a fotografia, textos, perguntas,
respostas e movimentos (mesmo que parados...)

É aqui, que o Dogma'05 me ensina a compreender
que os "suportes/meios criados, não são objectos/fins..."
que justifiquem a acção que conduz o projecto.

O projecto é a acção, a disciplina.

"O projecto é o nome que a coisa tem".

Este item 3.2.1 da página 8 do Dogma'05,
faz-me reflectir sobre certos vídeos que mostrei,
acreditando serem a melhor representação da minha peça performativa.
Ou seja, não é correcto da minha parte,
evidenciar "os melhores", porque isso não existe.
Apenas, são mais uns, que fazem parte do projecto,
não tendo qualquer tipo de catalogação especial.

Aqui volto a realçar, que a minha "obra" não vive do fim...
(se é que isso existe, já que não lhe conheci o início),
por isso apelo, a que leiam o Fuga em mim por inteiro
e reflictam na performance final,
como uma "obra aberta" * que muito mais poderá mostrar...

* Brevemente, falarei melhor da obra aberta.

Por outro lado a página 9, fala de algo que me interessa particularmente,
que está intimamente ligada à performance em tempo real.
Isto é, os trabalhos constroem-se com matérias,
mas não são estas que fazem resultar a acção final, pois
"ela é, de facto, o resultado final".

Qualquer apresentação performativa de
carácter público, resulta de um resultado final.

Aqui quase que consigo tocar no termo LIFE-ZONE *


Projecto



Relativamente ao post

"em processo desde a última performance..."



«O objectivo primordial desta "oportunidade"
que está a ser dada ao "
espectador"
é reflectir sobre a condição autoral do criador
em relação a obra criada.
De que maneira é que o criador mantém em relação
ao projecto e só a
condição autoral e
de que maneira é que o espectador
mantém a
condição de espectador,mesmo quando ele a cria.
Por outras palavras, dar relevo à herança pós-moderna
preconizada por Duchamp, que reforçou de forma notável
o papel criativo do olhar do espectador na
legitimação da obra tornada pública:

"Para decifrar uma obra de arte, o espectador
tem de ser igualmente criativo".


Estarei a ir num bom caminho?


Projecto


Antes de eu perguntar, tu deste-me a resposta ;)

obrigado Roger *

domingo, setembro 16, 2007

em Processo

em Processo desde a última performance...




o R foi espectador e ainda o é.

Eis o que descobri!

Foi precisamente no dia 25 de Maio que apresentei
a minha última performance

Mal saí do armazém, o R disse que tinha uma coisa para mim.
Estranhei.
Fomos até casa dele... a expectativa era muita.
Abriu a porta, dirigiu-se à sala, sentou-se no piano e começou a "tocar".
Não tocou uma coisa qualquer, tocou aquilo que tinha sentido quando visionou a peça.

Ele só dizia: "naquela parte".... [tocava]
"na outra parte"... [tocava]
"se fosse eu... tocava isto"... [tocava]

Foi nesse momento, que percebi o que aquele espectador
tinha sentido na minha obra.
Era algo diferente.
Mas nunca pensei estar após o fim, a recomeçar o Fuga de um Grito II

Ele "re-tocou" a peça, mediante aquilo que sentiu.

Ora, se "a Oportunidade do Espectador"
exige que me coloque do lado do espectador.

Será este musico um bom exemplo para mostrar
ao outro público aquilo que sentiu na minha obra?

Não se trata de uma interpretação do Fuga de um Grito,
trata-se de um sentimento, de uma sensação,
levada a cabo por um espectador.

Estarei eu a dar oportunidade a um espectador meu?
ou será
que estou a criar uma oportunidade dentro da oportunidade do espectador?

fico por aqui *

sábado, setembro 08, 2007

A Oportunidade do Espectador


O Fuga de um grito está de volta... mas numa versão diferente.


Desta vez, abandono a obsessão pelo final e
pelo Belo (vou tentar), ...



A "OPORTUNIDADE do Espectador"
exige um pouco mais de mim...


O Dogma 05
vai ser a "Bíblia", mas "ele" não gosta de precipitações...
vou tentar que as ideias venham até mim
e vou "saborea-las" com calma.


Até breve *

sexta-feira, maio 25, 2007

Agradecimentos

Conclui o projecto académico hoje...
mas sinto que não é o fim desta "COISA"

Apesar de ter dado
o grito antes do tempo... julgo que ainda
não cheguei aquilo que realmente quero.
por vezes "atinjo" qualquer coisa...
mas não a coisa toda.

"precisas de amadurecer o projecto" by Renato

Não posso deixar de passar este momento sem agradecer a
todos aqueles que me ajudaram e que acreditaram em mim.


André João
(o músico que também gritou)
João Costa

(o professor de dança)
Rogério
(o orientador nato)
Cristiana
(a especialista visual)
Joana Silva
(a fotografa sensível e
a única que conseguiu tocar)
João Lopes Cardoso
(o paciente que tocou foto graficamente)
Hélder Dias
(o que acreditou que poderia ser realizado ao vivo)
Daniela
(a paciência em pessoa que também queria gritar)

e a todos os outros que me fizeram
rir, ponderar, pensar e corrigir


Muito Obrigado!
não tenho palavras...

25 de Maio


| O GRANDE DIA |



Local

Direcção = Cais de Gaia
Rua Serpa Pinto
(perpendicular à rua do cais)

sobem sempre... até encontrar o
Instituto do Vinho e da Vinha do lado esquerdo.

Horas

17h30


| aVISO |
vai chover
nunca performei com chuva


sexta-feira, maio 18, 2007

Inventário de Joclécio

Dia 17 de Maio

| INVENTÁRIO |
de Joclécio


Local: Teatro Helena Sá e Costa


não tenho palavras

teve a medida certa, a altura certa

encaixou em mim

Fico com a sensação que me faltava uma peça,
no meu puzzle corporal
e esta PEÇA encaixou nos locais vazios.


Ri e chorei

estou extasiada, nunca vi nada assim.

tão puro, tão simples.


era uma história sem fala, com corpos sem boca,
que emitiam uns sons absorventes.

A minha "coisa" é do tamanho da
cabeça de um alfinete,
comparado com este INVENTÁRIO.

Fez com que exigisse mais de mim e
me obrigasse a despir por completo.

ELES DESPIRAM O CORPO
eu vi.

Incrível como Joclécio e os restantes bailarinos
conseguiram construir algo tão
maravilhoso com gestos tão simples.

Parabéns Jo


não percam
| SÁBADO |
Maus hábitos
16.30
Documentário Sobre Inventário


compreender o processo
e a construção do artista


quarta-feira, maio 16, 2007

LIFE-ZONE

Aqui está a verdadeira razão porque retirei o pedido de desculpas.

| estado: LIFE-ZONE |

Joana diz:
ola Roger.

Rogério diz:
oi!

Joana diz:
Tu não viste a minha performance,
mas os meus colegas também não.


Roger diz:
ai não?

Joana diz:
não

Joana diz:
e se o meu projecto é o meu processo..
eles antes de verem a performance
têm de conhecer o processo.


Joana diz:
certo?

Rogério diz:
não necessariamente

Rogério diz:
tu podes ter o processo dentro da tua apresentação

Rogério diz:
nesse caso, terias de dizer que a tua performance
já começou, quando começaste a trabalhar nela

Rogério diz:
e aí o processo seria encarado de uma outra forma

Joana diz:
mas.. como exteriorizo isso?

Rogério diz:
não é uma questão de exteriorização,
apenas e só de nomeação

Rogério diz:
ou seja, se tu dizes, o meu processo é o meu resultado,
o público vai ver um ensaio teu (por exemplo)
e encara-o como resultado

Rogério diz:
ou como uma peça desse resultado

Joana diz:
hmm..

Joana diz:
mas segundo aquilo que eu tenho feito
"os meus desempenhos"
,
julgo que iria resultar algo demasiado vazio

Joana diz:
ou então.. intrigava o espectador.. e ele após a performance
sentiria interesse em saber o que está por detrás disto tudo.

Joana diz:
poderá ser?

Rogério diz:
possivelmente

Joana diz:
ok

Rogério diz:
aquilo que eu acho é que quanto mais
pensarmos no papel do espectador,
menos nos aproximamos dele

Joana diz:
perdi-me

Rogério diz:
por isso é que a mim não me choca nada que tu
tenhas feito uma coisa de ti para contigo

Rogério diz:
porque isso é que é arte!

Rogério diz:
eu não concebo arte de outra forma

Joana diz:
perdi-me com o turbilhão de cenas que ouvi

Rogério diz:
é natural

Rogério diz:
já leste o mail que te enviei?

Joana diz:
talvez AINDA não tenha estofo suficiente para dizer
ISTO É MEU, isto é a minha arte

Joana diz:
sim

Rogério diz:
minha querida, só podes ter estofo para isso!

Rogério diz:
o contrário é que seria altamente perverso

Joana diz:
estou a dar em doida

Rogério diz:
se tu, com a tua idade e a tua experiência,
te pusesses já com grandes elaborações sobre
o papel do publico, isso sim, seria preocupante

Rogério diz:
eu sinceramente não percebo as pessoas...

Rogério diz:
não estou a falar de ti, obviamente...

Joana diz:
ok

Joana diz:
ja apaguei

Joana diz:
por vezes sinto me sozinha nesta batalha.

Joana diz:
que nervos

Rogério diz:
por isso é que eu te dizia para te apoiares
nas pessoas (profissionais) que te acompanharam
durante este processo

Joana diz:
elas andam sempre em meu redor

Joana diz:
e nunca me colocaram as questões que hoje foram feitas.

Joana diz:
por isso é que entrei em pânico

Joana diz:
é legitimo que eu diga: o meu processo é o meu resultado?
o meu processo é demasiado rico para o resultado.
por isso necessito que conheçam o meu processo.

Joana diz:
por outro lado, o ideal era que o resultado fosse bombástico,
para que não houvesse necessidade de socorrer ao processo.

Joana diz:
já fiz tanta coisa, que me perdi em mim e no meu processo. preciso de me situar.

Rogério diz:
pois, esse é que me parece ser o problema

Rogério diz:
é essa necessidade que as pessoas têm se ver
"coisas bombásticas" a acontecer

Rogério diz:
essa paranóia pelo "espectacular" que me
irrita profundamente

Joana diz:
hi hi

Rogério diz:
por isso é que eu digo que deve haver aí
muito preconceito e ignorância

Rogério diz:
e deves ignorar isso!

Joana diz:
quando disse bombástica, é a cena deles conseguirem TOCAR

Joana diz:
o que eu queria é que as pessoas sentissem
a FUGA, que é a mesma cena que eu sinto
quando vou ver algumas performance.
é quando a cena bate bem lá no fundo

Rogério diz:
pois, mas tu não podes ter esse tipo de
expectativa em relação ao público

Rogério diz:
porque as pessoas são todas muito diferentes

Joana diz:
eu sei... nem sei se vou conseguir..
mas um dois objectivos é esse.

Rogério diz:
e uma coisa que te bate a ti, pode não bater
às 30 pessoas que por acaso foram ver a tua performance

Rogério diz:
tu só consegues mesmo ter algumas certezas
(e ainda assim podes enganar-te)
se trabalhares com cada pessoa individualmente!

Rogério diz:
caso contrário, terás sempre pessoas que vão
sentir aquilo que tu esperas e outras que não

Joana diz:
então qual é o intuito da minha performance?

Rogério diz:
como artista, tens que estar permanentemente
disponível para que o espectador faça as
leituras mais disparatadas em relação ao teu trabalho

Joana diz:
eu sei que para po-las a TOCAR é difícil..
mas fazê-las perceber é essencial.

Joana diz:
não posso criar arte para o vazio.
isso não é arte?

Rogério diz:
é como te digo no mail: a arte tem que te
servir a ti em primeiro lugar

Joana diz:
era bom que todos tivessem disposição para isso

Rogério diz:
logo, nunca será para o vazio

Joana diz:
mas arte só para me servir a mim, não é arte.
tem de ser sentida como tal pelos outros. certo?

Joana diz:
então as pessoas que estão a colaborar
comigo, bem como professores..
basta para a minha arte ser legítima?


Rogério diz:
a partir do momento que tu abres as portas
daquele armazém e deixas as pessoas entrar para te ver,
estás a partilhar a tua arte

Rogério diz:
deixa de ser só tua

Rogério diz:
é esse o instante em que o teu processo Se legitima

Joana diz:
hmmm.

Joana diz:
ok .. já percebi

Joana diz:
OBRIGADO

Rogério diz:
em já passei por processos em que nunca,
mas mesmo nunca, pensei no público

Rogério diz:
já cheguei mesmo a dirigir um workshop
em Braga sobre isso

Rogério diz:
os alunos faziam tudo de acordo com um
único lema: "as coisas que me dão imenso prazer fazer"

Joana diz:
fixe

Rogério diz:
se for dançar durante 6 horas, seja!

Joana diz:
precisava de outro VOU A TUA CASA

Joana diz:
parece que estou com amnésia

Rogério diz:
abrimos as portas ao público e o público passou-se

Joana diz:
acredito

Rogério diz:
houve quem tivesse detestado, quem tivesse achado que
estávamos a gozar com eles,
e houve pessoas que foi a melhor coisa que viu na vida

Rogério diz:
e isto é fantástico

Joana diz:
hi hi

Joana diz:
isso é porreiro

Joana diz:
mas se ninguém tivesse gostado.
ia considerar se estava no caminho certo ou não

Rogério diz:
isso depende muito das pessoas que vão ver

Rogério diz:
por isso é que eu te sugiro no mail que
penses muito bem nas pessoas que foram ver

Rogério diz:
que tipo de pessoas eram na generalidade

Joana diz:
ok

Joana diz:
professor Helder, Sónia, Susana, Helena e a Cristiana

Rogério diz:
porque nós não andamos aqui a
"fazer as coisas para público"

Joana diz:
o João costa também já viu

Rogério diz:
mas também não andamos aqui a
preocupar-nos só com uma faixa muito
especifica de publico

Joana diz:
a cristiana enviou-me um e-mail.
Alertar-me
para algumas questões

Joana diz:
a cena que me intriga é que só
tenho na realidade 1 pessoa muito
interessada no meu projecto

Joana diz:
essa pessoa é válida?

Joana diz:
o que me intriga é que o facto das pessoas
me estarem a ajudar e a opinar,
não quer dizer que acreditem na minha cena

Joana diz:
ou será que acreditam e isso esta subentendido?

Rogério diz:
tu és uma rapariga muito complicadinha,
valha-te deus!

Joana diz:
...

Rogério diz:
acho que pensas demais!

Joana diz:
talvez

Rogério diz:
em primeiro lugar, se tiveres só uma pessoa
interessada no teu trabalho, optimo!

Rogério diz:
mais um preconceito:
o da quantidade em vez da qualidade

Joana diz:
ok.

Joana diz:
vou parar de pensar

Rogério diz:
apoia-te nessa pessoa,
ou nesse grupo reduzido de pessoas

Joana diz:
vou entrar em IT

Rogério diz:
eu, por exemplo, posso dizer-te que desde
há dois anos para cá,
deixei de me preocupar com críticos

Rogério diz:
porque cheguei à conclusão que não havia
um único em Portugal que entendesse
deveras o meu trabalho

Rogério diz:
comecei a ver quem é que via o meu trabalho
com olhos de ver, e virei a minha
atenção para outras pessoas

Rogério diz:
espectadores comuns, essencialmente

Rogério diz:
mas também estudantes, académicos,
investigadores, etc.

Joana diz:
tens razão.

Joana diz:
só estou a teimar numa cena.
O meu processo é o meu projecto.
porém posso apresentar única e simplesmente
a minha performance sem que o
publico conheça o processo.

Joana diz:
é sempre legitimo.. porque já reparei que o que
mais me preocupava era se
estava a CRIAR arte ou não.

Rogério diz:
pois

Rogério diz:
e isso não pode ser uma preocupação!

Rogério diz:
era o que eu ia dizer-te a seguir

Rogério diz:
e foi o que nós estivemos a trabalhar no workshop

Rogério diz:
tu tens quer dar às ideias a "forma" que elas trazem com elas,
mesmo que essa forma te pareça pouco ou nada "artística",
pouco ou nada "espectacular", entendes?

Joana diz:
e já vi que estou, porque tenho pessoas que o
compreendem.. nem que seja uma pessoa.

Rogério diz:
por isso não podes pensar se estás ou não a fazer arte

Rogério diz:
lembras-te daquele exemplo do 'fui' que e vos dei,
de eu ter ido procurar publico para os
espectáculos em torres Vedras?

Joana diz:
sim

Rogério diz:
eu até à ultima hora nunca soube que
"forma" é que a apresentação publica ia ter

Rogério diz:
mas estava seguríssimo da 'coisa'

Joana diz:
mas eu ando a trabalhar nessa forma

Rogério diz:
estava seguríssimo do que tinha para dizer

Joana diz:
e qualquer forma que eu faça.. trabalhada ou não..
está segura por tudo o que eu criei à volta dela.

Rogério diz:
se tu queres tanto passar o teu processo
para o resultado, ao ponto deles se confundirem,
então tens tu própria que ser honesta com o teu processo

Rogério diz:
não esconder nada

Joana diz:
ok

Rogério diz:
inclusivamente falar sobre isso

Joana diz:
eu sempre disse que o meu projecto era o meu processo.

Rogério diz:
às vezes não há maneira de "performar"
uma coisa de uma forma mais abstracta

Joana diz:
e estou sempre a falar do meu processo.

Rogério diz:
fala-se sobre isso!

Rogério diz:
mesmo que te pareça excessivo

Rogério diz:
mesmo que aches que é informação a mais

Rogério diz:
não sintas pudores com isso

Rogério diz:
imprime os textos que escreveste e dá ao público


Rogério diz:
ou lê-os tu própria

Rogério diz:
sei lá

Rogério diz:
há milhões de coisas que podes fazer

Joana diz:
então se considerar o meu projecto é o meu processo..
é legitimo que apresente única e simplesmente
a minha coisa dia 25?
sem anexos ou qualquer tipo de informação extra.
o processo está na minha coisa
(apresentada em publico) e se quiserem realmente
saber o que é, dirigem se ao blog.

Joana diz:
gosto da ideia de entregar o processo aos espectadores.

Joana diz:
dou-lhes a minha OBRA DE ARTE, nua e crua..
é uma ideia

Joana diz:
talvez tenha mais interesse
do que não entregar nada

Joana diz:
talvez consiga mais resultados
com a entrega dos textos

Rogério diz:
EU acho que deves levar a coisa até
às últimas consequências

Joana diz:
hi hi

Rogério diz:
o processo é uma coisa que já passou

Rogério diz:
as pessoas que estão contigo no dia 25 não
estiveram contigo todos os dias, certo?

Joana diz:
sim

Rogério diz:
mesmo que tenham ido ao blog duas ou 3 vezes

Rogério diz:
portanto, a tua apresentação terá que ser sempre
uma espécie de "historial"

Rogério diz:
como se estivesses a contar a historia
que te fez chegar até ali

Rogério diz:
isto é um pouco o pressuposto do 'FUI'

Rogério diz:
não consigo ajudar-te de outra maneira
a não ser usando os meus exemplos pessoais...
desculpa

Joana diz:
é óbvio que a minha COISA final resulta
de todo um processo...
mas talvez não seja assim tão óbvio esse historial.
há coisas que não estão escritas..
mas que descobri em processo.

Joana diz:
o facto de não ser "óbvio", nunca se questiona
se estou a ser correcta ou não com o meu historial.
desde que seja correcta comigo e com o meu processo.
está correcto.?

Joana diz:
que melhor exemplo que podemos dar,
é o nosso próprio conhecimento

Rogério diz:
sim, com certeza

Rogério diz:
mas aí tens que ter cuidado com as afirmações
que fazes a ti própria e as que fazes ao publico´

Joana diz:
por outro lado, o facto de existir o factor improvisação,
NÃO IRÁ TIRAR legitimidade á coisa?

Rogério diz:
não podes afirmar uma coisa que depois não fazes

Joana diz:
pois eu sei

Rogério diz:
isso da improvisação nem sequer devia ser uma questão

Rogério diz:
para mim, tudo é improvisação

Rogério diz:
estás sempre a jogar com coisas imprevistas,
com o aqui e agora

Rogério diz:
e isso não tira nem dá legitimidade

Joana diz:
em termos práticos, o som eu não controlo ,
tenho uma estrutura, e alguns pontos chaves..
mas a performance nunca é igual.
desde que seja coerente comigo, é válido!

Rogério diz:
é um dado adquirido
de toda e qualquer performance

Joana diz:
ok

Joana diz:
bem visto

Rogério diz:
guarda esta conversa e põe no blog

Rogério diz:
LOOL

Joana diz:
está guardadíssima

Joana diz:
sabes uma coisa? o ideal não
é dar o processo é dar a nossa conversa

Rogério diz:

LOL

Rogério diz:
tu vê lá o que fazes

Joana diz:
é válido! muito válido

Rogério diz:
he he

Joana diz:
estivemos em LIFE-ZONE