em Processo desde a última performance...
o R foi espectador e ainda o é.
Eis o que descobri!
Foi precisamente no dia 25 de Maio que apresentei
a minha última performance
Mal saí do armazém, o R disse que tinha uma coisa para mim.
Estranhei.
Fomos até casa dele... a expectativa era muita.
Abriu a porta, dirigiu-se à sala, sentou-se no piano e começou a "tocar".
Não tocou uma coisa qualquer, tocou aquilo que tinha sentido quando visionou a peça.
Ele só dizia: "naquela parte".... [tocava]
"na outra parte"... [tocava]
"se fosse eu... tocava isto"... [tocava]
Foi nesse momento, que percebi o que aquele espectador
tinha sentido na minha obra.
Era algo diferente.
Mas nunca pensei estar após o fim, a recomeçar o Fuga de um Grito II
Ele "re-tocou" a peça, mediante aquilo que sentiu.
Ora, se "a Oportunidade do Espectador"
exige que me coloque do lado do espectador.
Será este musico um bom exemplo para mostrar
ao outro público aquilo que sentiu na minha obra?
Não se trata de uma interpretação do Fuga de um Grito,
trata-se de um sentimento, de uma sensação,
levada a cabo por um espectador.
Estarei eu a dar oportunidade a um espectador meu?
ou será
que estou a criar uma oportunidade dentro da oportunidade do espectador?
fico por aqui *