quarta-feira, janeiro 09, 2008

"coisa"


Estou a ler o
Marcel Duchamp,
Engenheiro no Tempo
Perdido,
de Pierre Cabanne
leio isto e vejo projectado a postura do Rogério Nuno Costa

Olho para o
Fuga de um Grito e vejo uma experiência vivida a 200 quilómetros hora.


Fuga de um grito era aquilo que eu falava, aquilo que eu sentia.

Agora com mais tempo... apercebo-me que fuga de um grito era a minha postura! muito mais do que a criação da minha "coisa".
Ora, sabia que fuga de um grito era processo, mas não sabia que o
GRITO era uma postura.
A fuga acontecia, quando falava da minha coisa
e das minhas intenções.
Quando Intrigava e irritava as pessoas com a minha conversa.
Julgava eu, nunca ter encontrado a fórmula para o Fuga de um grito,
pois cega, nunca reparei que a fórmla estava no presente e
naquilo que todos os dias acontecia.

Todos falam da minha peça,
mesmo não gostando ou criticando,
todos falam da minha postura obsessiva, que eu própria não via.
Fiquei obcecada pela escrita no blog e
pelas palavras e conceitos que descobria.
As palavras têm muito significado para mim.
Vivia, bebia e comia as fugas e os gritos.
Lia e escrevia compulsivamente... o meu momento era aquele.


Que direi eu, da fórmula encontrada fisícamente?
talvez uma desculpa, talvez uma fórmula barata para "vender o meu peixe".
Mesmo não acreditando que conseguisse passar o que sentia.


Estarei certa?
Estarei a fazer da minha vida uma performance?
Não conseguirei distinguir a realidade da arte?

Julgo ficar toda a vida nesta incerteza...

até o próprio vídeo, a própria performance,
aconteceu, mas não enalteceu.

As fotografias muito pelo contrário, congelaram a acção das minhas sensações,
reproduzindo muito melhor o meu processo, a minha "coisa".

Deveria ter escrito no relatório final, o carácter fotográfico,
que tanto me encantou.


Ainda bem, que o Vou a Tua casa me abriu a porta.
e ainda bem, que Marcel Duchamp existiu,
ainda bem que o Rogério acreditou.


Fuga de um Grito, não morreu!

1 comentário:

UniversitYliopisto disse...

e ainda não acabou!

beijinho grande,
r.