sexta-feira, maio 25, 2007

Agradecimentos

Conclui o projecto académico hoje...
mas sinto que não é o fim desta "COISA"

Apesar de ter dado
o grito antes do tempo... julgo que ainda
não cheguei aquilo que realmente quero.
por vezes "atinjo" qualquer coisa...
mas não a coisa toda.

"precisas de amadurecer o projecto" by Renato

Não posso deixar de passar este momento sem agradecer a
todos aqueles que me ajudaram e que acreditaram em mim.


André João
(o músico que também gritou)
João Costa

(o professor de dança)
Rogério
(o orientador nato)
Cristiana
(a especialista visual)
Joana Silva
(a fotografa sensível e
a única que conseguiu tocar)
João Lopes Cardoso
(o paciente que tocou foto graficamente)
Hélder Dias
(o que acreditou que poderia ser realizado ao vivo)
Daniela
(a paciência em pessoa que também queria gritar)

e a todos os outros que me fizeram
rir, ponderar, pensar e corrigir


Muito Obrigado!
não tenho palavras...

25 de Maio


| O GRANDE DIA |



Local

Direcção = Cais de Gaia
Rua Serpa Pinto
(perpendicular à rua do cais)

sobem sempre... até encontrar o
Instituto do Vinho e da Vinha do lado esquerdo.

Horas

17h30


| aVISO |
vai chover
nunca performei com chuva


sexta-feira, maio 18, 2007

Inventário de Joclécio

Dia 17 de Maio

| INVENTÁRIO |
de Joclécio


Local: Teatro Helena Sá e Costa


não tenho palavras

teve a medida certa, a altura certa

encaixou em mim

Fico com a sensação que me faltava uma peça,
no meu puzzle corporal
e esta PEÇA encaixou nos locais vazios.


Ri e chorei

estou extasiada, nunca vi nada assim.

tão puro, tão simples.


era uma história sem fala, com corpos sem boca,
que emitiam uns sons absorventes.

A minha "coisa" é do tamanho da
cabeça de um alfinete,
comparado com este INVENTÁRIO.

Fez com que exigisse mais de mim e
me obrigasse a despir por completo.

ELES DESPIRAM O CORPO
eu vi.

Incrível como Joclécio e os restantes bailarinos
conseguiram construir algo tão
maravilhoso com gestos tão simples.

Parabéns Jo


não percam
| SÁBADO |
Maus hábitos
16.30
Documentário Sobre Inventário


compreender o processo
e a construção do artista


quarta-feira, maio 16, 2007

LIFE-ZONE

Aqui está a verdadeira razão porque retirei o pedido de desculpas.

| estado: LIFE-ZONE |

Joana diz:
ola Roger.

Rogério diz:
oi!

Joana diz:
Tu não viste a minha performance,
mas os meus colegas também não.


Roger diz:
ai não?

Joana diz:
não

Joana diz:
e se o meu projecto é o meu processo..
eles antes de verem a performance
têm de conhecer o processo.


Joana diz:
certo?

Rogério diz:
não necessariamente

Rogério diz:
tu podes ter o processo dentro da tua apresentação

Rogério diz:
nesse caso, terias de dizer que a tua performance
já começou, quando começaste a trabalhar nela

Rogério diz:
e aí o processo seria encarado de uma outra forma

Joana diz:
mas.. como exteriorizo isso?

Rogério diz:
não é uma questão de exteriorização,
apenas e só de nomeação

Rogério diz:
ou seja, se tu dizes, o meu processo é o meu resultado,
o público vai ver um ensaio teu (por exemplo)
e encara-o como resultado

Rogério diz:
ou como uma peça desse resultado

Joana diz:
hmm..

Joana diz:
mas segundo aquilo que eu tenho feito
"os meus desempenhos"
,
julgo que iria resultar algo demasiado vazio

Joana diz:
ou então.. intrigava o espectador.. e ele após a performance
sentiria interesse em saber o que está por detrás disto tudo.

Joana diz:
poderá ser?

Rogério diz:
possivelmente

Joana diz:
ok

Rogério diz:
aquilo que eu acho é que quanto mais
pensarmos no papel do espectador,
menos nos aproximamos dele

Joana diz:
perdi-me

Rogério diz:
por isso é que a mim não me choca nada que tu
tenhas feito uma coisa de ti para contigo

Rogério diz:
porque isso é que é arte!

Rogério diz:
eu não concebo arte de outra forma

Joana diz:
perdi-me com o turbilhão de cenas que ouvi

Rogério diz:
é natural

Rogério diz:
já leste o mail que te enviei?

Joana diz:
talvez AINDA não tenha estofo suficiente para dizer
ISTO É MEU, isto é a minha arte

Joana diz:
sim

Rogério diz:
minha querida, só podes ter estofo para isso!

Rogério diz:
o contrário é que seria altamente perverso

Joana diz:
estou a dar em doida

Rogério diz:
se tu, com a tua idade e a tua experiência,
te pusesses já com grandes elaborações sobre
o papel do publico, isso sim, seria preocupante

Rogério diz:
eu sinceramente não percebo as pessoas...

Rogério diz:
não estou a falar de ti, obviamente...

Joana diz:
ok

Joana diz:
ja apaguei

Joana diz:
por vezes sinto me sozinha nesta batalha.

Joana diz:
que nervos

Rogério diz:
por isso é que eu te dizia para te apoiares
nas pessoas (profissionais) que te acompanharam
durante este processo

Joana diz:
elas andam sempre em meu redor

Joana diz:
e nunca me colocaram as questões que hoje foram feitas.

Joana diz:
por isso é que entrei em pânico

Joana diz:
é legitimo que eu diga: o meu processo é o meu resultado?
o meu processo é demasiado rico para o resultado.
por isso necessito que conheçam o meu processo.

Joana diz:
por outro lado, o ideal era que o resultado fosse bombástico,
para que não houvesse necessidade de socorrer ao processo.

Joana diz:
já fiz tanta coisa, que me perdi em mim e no meu processo. preciso de me situar.

Rogério diz:
pois, esse é que me parece ser o problema

Rogério diz:
é essa necessidade que as pessoas têm se ver
"coisas bombásticas" a acontecer

Rogério diz:
essa paranóia pelo "espectacular" que me
irrita profundamente

Joana diz:
hi hi

Rogério diz:
por isso é que eu digo que deve haver aí
muito preconceito e ignorância

Rogério diz:
e deves ignorar isso!

Joana diz:
quando disse bombástica, é a cena deles conseguirem TOCAR

Joana diz:
o que eu queria é que as pessoas sentissem
a FUGA, que é a mesma cena que eu sinto
quando vou ver algumas performance.
é quando a cena bate bem lá no fundo

Rogério diz:
pois, mas tu não podes ter esse tipo de
expectativa em relação ao público

Rogério diz:
porque as pessoas são todas muito diferentes

Joana diz:
eu sei... nem sei se vou conseguir..
mas um dois objectivos é esse.

Rogério diz:
e uma coisa que te bate a ti, pode não bater
às 30 pessoas que por acaso foram ver a tua performance

Rogério diz:
tu só consegues mesmo ter algumas certezas
(e ainda assim podes enganar-te)
se trabalhares com cada pessoa individualmente!

Rogério diz:
caso contrário, terás sempre pessoas que vão
sentir aquilo que tu esperas e outras que não

Joana diz:
então qual é o intuito da minha performance?

Rogério diz:
como artista, tens que estar permanentemente
disponível para que o espectador faça as
leituras mais disparatadas em relação ao teu trabalho

Joana diz:
eu sei que para po-las a TOCAR é difícil..
mas fazê-las perceber é essencial.

Joana diz:
não posso criar arte para o vazio.
isso não é arte?

Rogério diz:
é como te digo no mail: a arte tem que te
servir a ti em primeiro lugar

Joana diz:
era bom que todos tivessem disposição para isso

Rogério diz:
logo, nunca será para o vazio

Joana diz:
mas arte só para me servir a mim, não é arte.
tem de ser sentida como tal pelos outros. certo?

Joana diz:
então as pessoas que estão a colaborar
comigo, bem como professores..
basta para a minha arte ser legítima?


Rogério diz:
a partir do momento que tu abres as portas
daquele armazém e deixas as pessoas entrar para te ver,
estás a partilhar a tua arte

Rogério diz:
deixa de ser só tua

Rogério diz:
é esse o instante em que o teu processo Se legitima

Joana diz:
hmmm.

Joana diz:
ok .. já percebi

Joana diz:
OBRIGADO

Rogério diz:
em já passei por processos em que nunca,
mas mesmo nunca, pensei no público

Rogério diz:
já cheguei mesmo a dirigir um workshop
em Braga sobre isso

Rogério diz:
os alunos faziam tudo de acordo com um
único lema: "as coisas que me dão imenso prazer fazer"

Joana diz:
fixe

Rogério diz:
se for dançar durante 6 horas, seja!

Joana diz:
precisava de outro VOU A TUA CASA

Joana diz:
parece que estou com amnésia

Rogério diz:
abrimos as portas ao público e o público passou-se

Joana diz:
acredito

Rogério diz:
houve quem tivesse detestado, quem tivesse achado que
estávamos a gozar com eles,
e houve pessoas que foi a melhor coisa que viu na vida

Rogério diz:
e isto é fantástico

Joana diz:
hi hi

Joana diz:
isso é porreiro

Joana diz:
mas se ninguém tivesse gostado.
ia considerar se estava no caminho certo ou não

Rogério diz:
isso depende muito das pessoas que vão ver

Rogério diz:
por isso é que eu te sugiro no mail que
penses muito bem nas pessoas que foram ver

Rogério diz:
que tipo de pessoas eram na generalidade

Joana diz:
ok

Joana diz:
professor Helder, Sónia, Susana, Helena e a Cristiana

Rogério diz:
porque nós não andamos aqui a
"fazer as coisas para público"

Joana diz:
o João costa também já viu

Rogério diz:
mas também não andamos aqui a
preocupar-nos só com uma faixa muito
especifica de publico

Joana diz:
a cristiana enviou-me um e-mail.
Alertar-me
para algumas questões

Joana diz:
a cena que me intriga é que só
tenho na realidade 1 pessoa muito
interessada no meu projecto

Joana diz:
essa pessoa é válida?

Joana diz:
o que me intriga é que o facto das pessoas
me estarem a ajudar e a opinar,
não quer dizer que acreditem na minha cena

Joana diz:
ou será que acreditam e isso esta subentendido?

Rogério diz:
tu és uma rapariga muito complicadinha,
valha-te deus!

Joana diz:
...

Rogério diz:
acho que pensas demais!

Joana diz:
talvez

Rogério diz:
em primeiro lugar, se tiveres só uma pessoa
interessada no teu trabalho, optimo!

Rogério diz:
mais um preconceito:
o da quantidade em vez da qualidade

Joana diz:
ok.

Joana diz:
vou parar de pensar

Rogério diz:
apoia-te nessa pessoa,
ou nesse grupo reduzido de pessoas

Joana diz:
vou entrar em IT

Rogério diz:
eu, por exemplo, posso dizer-te que desde
há dois anos para cá,
deixei de me preocupar com críticos

Rogério diz:
porque cheguei à conclusão que não havia
um único em Portugal que entendesse
deveras o meu trabalho

Rogério diz:
comecei a ver quem é que via o meu trabalho
com olhos de ver, e virei a minha
atenção para outras pessoas

Rogério diz:
espectadores comuns, essencialmente

Rogério diz:
mas também estudantes, académicos,
investigadores, etc.

Joana diz:
tens razão.

Joana diz:
só estou a teimar numa cena.
O meu processo é o meu projecto.
porém posso apresentar única e simplesmente
a minha performance sem que o
publico conheça o processo.

Joana diz:
é sempre legitimo.. porque já reparei que o que
mais me preocupava era se
estava a CRIAR arte ou não.

Rogério diz:
pois

Rogério diz:
e isso não pode ser uma preocupação!

Rogério diz:
era o que eu ia dizer-te a seguir

Rogério diz:
e foi o que nós estivemos a trabalhar no workshop

Rogério diz:
tu tens quer dar às ideias a "forma" que elas trazem com elas,
mesmo que essa forma te pareça pouco ou nada "artística",
pouco ou nada "espectacular", entendes?

Joana diz:
e já vi que estou, porque tenho pessoas que o
compreendem.. nem que seja uma pessoa.

Rogério diz:
por isso não podes pensar se estás ou não a fazer arte

Rogério diz:
lembras-te daquele exemplo do 'fui' que e vos dei,
de eu ter ido procurar publico para os
espectáculos em torres Vedras?

Joana diz:
sim

Rogério diz:
eu até à ultima hora nunca soube que
"forma" é que a apresentação publica ia ter

Rogério diz:
mas estava seguríssimo da 'coisa'

Joana diz:
mas eu ando a trabalhar nessa forma

Rogério diz:
estava seguríssimo do que tinha para dizer

Joana diz:
e qualquer forma que eu faça.. trabalhada ou não..
está segura por tudo o que eu criei à volta dela.

Rogério diz:
se tu queres tanto passar o teu processo
para o resultado, ao ponto deles se confundirem,
então tens tu própria que ser honesta com o teu processo

Rogério diz:
não esconder nada

Joana diz:
ok

Rogério diz:
inclusivamente falar sobre isso

Joana diz:
eu sempre disse que o meu projecto era o meu processo.

Rogério diz:
às vezes não há maneira de "performar"
uma coisa de uma forma mais abstracta

Joana diz:
e estou sempre a falar do meu processo.

Rogério diz:
fala-se sobre isso!

Rogério diz:
mesmo que te pareça excessivo

Rogério diz:
mesmo que aches que é informação a mais

Rogério diz:
não sintas pudores com isso

Rogério diz:
imprime os textos que escreveste e dá ao público


Rogério diz:
ou lê-os tu própria

Rogério diz:
sei lá

Rogério diz:
há milhões de coisas que podes fazer

Joana diz:
então se considerar o meu projecto é o meu processo..
é legitimo que apresente única e simplesmente
a minha coisa dia 25?
sem anexos ou qualquer tipo de informação extra.
o processo está na minha coisa
(apresentada em publico) e se quiserem realmente
saber o que é, dirigem se ao blog.

Joana diz:
gosto da ideia de entregar o processo aos espectadores.

Joana diz:
dou-lhes a minha OBRA DE ARTE, nua e crua..
é uma ideia

Joana diz:
talvez tenha mais interesse
do que não entregar nada

Joana diz:
talvez consiga mais resultados
com a entrega dos textos

Rogério diz:
EU acho que deves levar a coisa até
às últimas consequências

Joana diz:
hi hi

Rogério diz:
o processo é uma coisa que já passou

Rogério diz:
as pessoas que estão contigo no dia 25 não
estiveram contigo todos os dias, certo?

Joana diz:
sim

Rogério diz:
mesmo que tenham ido ao blog duas ou 3 vezes

Rogério diz:
portanto, a tua apresentação terá que ser sempre
uma espécie de "historial"

Rogério diz:
como se estivesses a contar a historia
que te fez chegar até ali

Rogério diz:
isto é um pouco o pressuposto do 'FUI'

Rogério diz:
não consigo ajudar-te de outra maneira
a não ser usando os meus exemplos pessoais...
desculpa

Joana diz:
é óbvio que a minha COISA final resulta
de todo um processo...
mas talvez não seja assim tão óbvio esse historial.
há coisas que não estão escritas..
mas que descobri em processo.

Joana diz:
o facto de não ser "óbvio", nunca se questiona
se estou a ser correcta ou não com o meu historial.
desde que seja correcta comigo e com o meu processo.
está correcto.?

Joana diz:
que melhor exemplo que podemos dar,
é o nosso próprio conhecimento

Rogério diz:
sim, com certeza

Rogério diz:
mas aí tens que ter cuidado com as afirmações
que fazes a ti própria e as que fazes ao publico´

Joana diz:
por outro lado, o facto de existir o factor improvisação,
NÃO IRÁ TIRAR legitimidade á coisa?

Rogério diz:
não podes afirmar uma coisa que depois não fazes

Joana diz:
pois eu sei

Rogério diz:
isso da improvisação nem sequer devia ser uma questão

Rogério diz:
para mim, tudo é improvisação

Rogério diz:
estás sempre a jogar com coisas imprevistas,
com o aqui e agora

Rogério diz:
e isso não tira nem dá legitimidade

Joana diz:
em termos práticos, o som eu não controlo ,
tenho uma estrutura, e alguns pontos chaves..
mas a performance nunca é igual.
desde que seja coerente comigo, é válido!

Rogério diz:
é um dado adquirido
de toda e qualquer performance

Joana diz:
ok

Joana diz:
bem visto

Rogério diz:
guarda esta conversa e põe no blog

Rogério diz:
LOOL

Joana diz:
está guardadíssima

Joana diz:
sabes uma coisa? o ideal não
é dar o processo é dar a nossa conversa

Rogério diz:

LOL

Rogério diz:
tu vê lá o que fazes

Joana diz:
é válido! muito válido

Rogério diz:
he he

Joana diz:
estivemos em LIFE-ZONE










O que já consegui


Acima de tudo, mostra que pelo menos,
interessares as pessoas,
incomodá-las
e
fazê-las pensar

no que é ou não arte,
o teu trabalho já conseguiu.

by Inês Petiz


Antes deste post havia um pedido de desculpas
a todos aqueles que queriam compreender a minha performance.
porém já foi apagado!
retirei as desculpas!

crise



CRISE





terça-feira, maio 15, 2007

Fuga de um grito é um trabalho infinito

Chegou a primeira impressão!

"
Gosto quando o meu trabalho
levanta questões atrás de questões..."



Fuga de um grito é um trabalho infinito...
porque sei que nunca me vou conseguir conhecer na totalidade.

Cristiana, mal possa respondo ao teu e-mail.


Depois da apresentação pública da minha coisa,
deveria ter feito um debate.

segunda-feira, maio 14, 2007

ESTIVE tanto que me cansei

| 12ª semana|


A semana iniciou-se com a 1ª apresentação
pública/privada
aos professores e colaboradores

ELES não opinara
m... estarão a

digerir? ou não gostaram?


o meu desempenho hoje,
foi essencialmente
ESTAR
e...
ESTIVE
tanto que me cansei.


Retirei a transparência e introduzi o vermelho COM INTENSIDADE.
O vestido dá o meu cunho pessoal, fazendo
uma ligação com a maioria dos trabalhos que realizo.



estive.

domingo, maio 13, 2007

Estar

12 de Maio de 2007

| it |

Local: maus há
bitos

IT tem a sua base nas teorias de
Stockhausen que
nos incentiva a produzir com base no:

"Pensa Nada"


IT
para mim
é um estado simplesmente de presença - de ESTAR.
talvez seja confuso de explicar... mas estar sem pensar

É ESTAR.


qual ou quantas consciências temos, não sei...
mas quando te limitas a estar, ou a produzir
em estado IT "pensa nada",
é estar, é ser, é improvisar.

Porém, improvisar, implica pensar... mesmo que não penses em nada em concreto, pensas no teu corpo e nos limites que ele transporta.

talvez em IT,
não importe essa consciência física,
mas intriga-me.

Por outro lado, quando vi IT, consegui identificar-me com este estado.
Julgo que, por vezes, nos meus desempenhos,
este estado invade-ME.

Dou por mim, A ESTAR. e quando estou, simplesmente, não penso em nada.

acredito que o PENSA NADA,
aplica-se à dimensão mais reduzida de todas.

O estar parado.
O olhar para o infinito.
O estar.
O ser.
O presenciar qualquer coisa, ausente de nós.

Pensa nada, para mim é o não lugar,
é estar lá e não estar...
é um corpo ausente.
é um corpo parado.
é um corpo sem movimento.

No debate do IT
colocaram uma questão muito interessante


"Porque que é que uma pessoa quando
não se mexe, parece que a coisa é mais convincente?"


Isso aconteceu com o fuga de um Grito.
Mostrei o desempenho mais descabido de todos ao professor Helder
e foi nesse que a cena bateu.

Julgava eu, que a cena não batia certo... e no entanto,
estava ali o começo daquilo que realmente
faz sentido representar na minha performance.

APRESENTEI um corpo inanimado, um corpo morto,
um corpo sem vida e sem acção.
Um corpo que se encontra ausente muitas vezes em Mim,
mas que eu própria não tenho consciência.

esse corpo SOU EU, esse CORPO é a minha FUGA.


estive.



quinta-feira, maio 10, 2007

A COISA

|11ª semana|

quinto desempenho

O último, até à primeira performance





(fotografia de Juana Silva)

Último desempenho
até encontrar a primeira performance


As coisas

"Fuga de um Grito vive de objectos, de coisas"

eis o que encontrei
para construir uma fuga agradável aos olhos

o Vermelho



os cacos



a transparência


a cadeira


O gesto


(fotografia de Juana Silva - a outra)

A vassoura


(fotografia João Lopes Cardoso)

a fuga é assimilar... é tocar nestas coisas, nestes objectos... é estar.

Fuga Autónoma

|11ª semana|

Com a equipa reunida, ouvi o que queria e o que não queria!




"Tens de te tornar numa
expert da vassoura" by João Costa

Apercebo-me que o projecto é cada vez mais AUTÓNOMO.

Nunca consigo prever o que vai acontecer.
Cada dia é mais diferente... cada momento, cada entrega, cada experiência é novidade



"a outra" tocou

|10ª semana|

De "bailarina forçada", a menina dos cacos...

fez com que alguém tocasse

Ela também falou


Juana Silva (a outra)

http://falandofotograficamente.blogspot.com/

A música deslocada da acção é a essência física do Fuga de um Grito


terça-feira, maio 01, 2007

Ele disse


Renato diz


"... hoje olhei para ti através do teu projecto...
a tua procura emocionou-me e inspirou-me a gritar ainda mais alto,
mais fundo no cosmos do caos da arte...
consegui por momentos respirar as sombras do
teu espaço e as luzes da tua inspiração...
... dentro da tua fuga em ti encontro um espelho para
o meu ser nessa aventura labiríntica que é a escavação
teu ser em ti e o teu do ser nos outros,
naqueles em quem confias a inocência do pormenor...
... uma pessoa que se entrega a um suspiro de vida
e de criação da forma pura e brutal merece o meu
maior respeito, admiração e amor artístico...
... estas são as minhas mais sinceras palavras de apoio e incentivo
para contigo e com esse projecto
que te consome e te dá vida
(sim, porque eu acredito que estás a chegar ao clímax
da tua luta entre David e Golias

pois


esse teu projecto é muito maior do que tu...

mas tal como reza a lenda a perseverança e
a entrega são tudo o que faz ignóbil
ser humano vingar neste planeta azul cien).
...acho que gostarás de saber que apesar dos
meus gritos musicais serem cada vez mais intensos,
os silêncios que os separam são também muito mais avassaladores...
acho que estou a conseguir conquistar o meu equilíbrio...

Força! Vai em frente, segue a tua linha, e olha para trás apenas pelo canto do olho."

Renato Diz *


Dia mundial da dança

Quando falamos de corpo e movimento...
de improvisação... ou simplesmente
de uma qualquer expressão corporal...
longe de conceitos... fixo na postura do corpo e no que ele nos pode dar...
estamos a falar do dia mundial da dança.

(fotografia João Lopes Cardoso)

falam no silêncio, gritam com o corpo.
é a febre do movimento que torna tudo compreensível.

Quando algo não faz sentido... é porque a critica está presente!
critica aos que não fazem sentido...
aos que produzem sem nada dizer...
aos que criticam sem compreender...

movimento
é o único sentido